Foto reproduzida do site: amase.com.br
Publicado originalmente no site Osmário Santos, em 16/11/2009.
O alegre e carismático Paulo Bedeu
Por Osmário Santos.
Paulo Roberto Faria dos Santos nasceu em 22 de outubro de
1965, na cidade de Aracaju/SE. Seus pais: Edvaldo Socorro dos Santos e Renilva
Maria dos Santos.
O pai levou uma honrada vida de maquinista da Leste
Brasileira, e dele o filho aplica em vida muitos exemplos, com destaque a
honestidade. “ Meu pai era um homem íntegro e gostava da simplicidade da vida”.
Sua mãe teve quatro filhos, sendo que um morreu no parto e
outro com 22 anos de acidente de moto.”Minha mãe era dona de casa, teve apenas
o curso primário e levava uma vida de simplicidade e voltada para a educação os
filhos. Era uma mulher que sempre estampava alegria, e isso, tenho dela. Meu
sorriso é igual ao de minha querida mãe”.
No bairro Siqueira Campos, o velho Aribé, Paulo Roberto
viveu os momentos da infância e da juventude com tempo para os estudos e
prática esportiva.
Ainda criança, o contato com professores e colegas no Jardim
de infância José Garcez Vieira, da rede municipal de ensino. Com as professoras
Leonor e Antônia, em dois colégios diferentes, instalados no bairro Siqueira
Campos, os primeiros anos do curso primário, concluído no Colégio Cristo Rei.
Em seguida, faz o curso ginasial no Colégio Costa e Silva da rede estadual de
ensino.
Na condição de primeiro atleta bolsista de Sergipe, estuda o
curso científico no Colégio Arquidiocesano diante da sua qualidade de atleta
por excelência no voleibol e handebol. “ Sair da água para o vinho. O Siqueira
Campos uma outra realidade, pois na época, só podia estudar em escola particular
na Zona Sul de Aracaju, quem fosse bem sucedido. Como vim de uma outra
comunidade, outro tipo de educação, diante desse processo o Arquidiocesano me
influenciou bastante para o que sou hoje”.
O esporte chegou na vida do menino Paulo Roberto aos seis
anos de idade, quando era o Dunga do Jardim de Infância da Praça Dom José
Thomaz. “ O Dunga dos Sete Anões, por comandar a turma. Eu dividia os times,
era o melhor jogador e participava de todos os tipos de esporte”.
No tempo de estudante primário, já jogava futebol em disputa
de bairros com chuteira, camisa e tudo mais. “ Disputava campeonato no único
campo de futebol do Siqueira Campos e jogos de pelada em todos os campos de
várzeas do Siqueira e do Bairro América”.
Foi atleta do time do famoso Cobrinha, o Atlético. Sempre
atuou no futebol na condição de quarto zagueiro. “ Aos 15 anos cheguei a jogar
no juvenil do Confiança por um ano e seis meses, quando Edmur Cruz era o
técnico do dragão. Participava de partidas no campeonato sergipano, junto com o
Joãozinho, Nunes e outros. Cheguei a treinar no time juvenil do Sergipe na
época do Geraldão. Também joguei no América da rua do Acre, no Flamengo
Circulista e no Rio Negro”.
Jogando futebol com categoria, faz o mesmo com uso das mãos
na prática do voleibol. Deixa o futebol para momentos de diversão. Recorda-se
das célebres partidas no campo de futebol do Arquidiocesano. As peladas do
Arqui eram bem diferentes das peladas nos bairros, pois lá pelo Aribé, o
pessoal chegava mais forte nas disputas de bola. Sempre fui notado como o
melhor jogador do colégio, juntamente com João Fontes que jogava no time do 3º
ano. Como era do primeiro ano, mesmo assim a gente ganhava” ( risos e mais
risos).
Segue enfrente no voleibol, incentivado pelo professor
Arinaldo Alves, o saudoso Wax. “Ele me viu jogando e fui jogar na Seleção.
Outra pessoa importante, foi o professor Homero Ribeiro da UFS,
que hoje nos deixou”.
Jogando no time de voleibol do Arquidiocesano, sagra-se
campeão por três anos.
No voleibol de praia outra história de sucesso, chegando a
profissional quando participou do Circuito Voleibol de Praia. “Fui morar no Rio
de Janeiro em 1982 e joguei no CIDE – Clube de Israelita Brasileiro no voleibol
de quadra. Depois fiquei exclusivamente no futebol de praia. Me deram duas
categorias para treinar e fiquei só na praia”.
Convidado para ser professor do Colégio Salesiano e do
Colégio Arquidiocesano com responsabilidade de treinar os times dos dois
colégios e com uma melhor proposta financeira, volta a Aracaju e começa mais
uma etapa de sua vida profissional. “Preferi voltar para a minha terra”.
No carnaval de um Aracaju do passado, uma presença histórica
diante da criação do Bloco Carnavalesco Rebu. “Gostava muito de samba. Qualquer
lata a gente fazia samba. Naquela época se usava saco para se fantasiar e sair
nas ruas. Daí comecei a fazer tambor. Fui para a cidade de Simão Dias e lá
peguei couro de bode e fiz um tambor que fez o maior sucesso.
Fizemos um livro de ouro e compramos mais dois instrumentos,
e fundamos em 1986 o Bloco Rebu. Na época, Carlos Magalhães era o presidente da
Empresa Sergipana de Turismo - Emsetur- e resolveu estimular as entidades
carnavalescas no sentido que elas participassem do desfile oficial do Carnaval
de Aracaju. No primeiro ano fomos vice-campeão e perdemos para o Bloco da
Paradinha do Chicão. No ano seguinte contamos com a presença no bloco do
saudoso Lisboa, que passou a fazer as alegorias e cuidou do figurino junto com
Adilson Silva. Com o grande reforço, conquistamos o 1º lugar do desfile de
blocos e chegamos a Penta Campeão com o Bloco Rebu. Naquela época, existia uma
disputa muito grande. Os blocos conduziam seus componentes em carretas que
circulavam pelos bairros de Aracaju, com paradas em clima de Carnaval,
fanfarras, muita batucada e muita alegria. No final, se encontravam na Praça
Fausto Cardoso onde era realizado o grande Carnaval da cidade. Era ótimo, era
um Carnaval diferente.
Era bonito. Tinha o Bloco da Paz de Eduardo Oliva, o
Batomucho de Betinho, Mané e Irineu Fontes”.
Em 1980, Paulo Roberto chega a tenente do Exército
Brasileiro. “ Entrei como aluno do NPOR no ano de 1979 e fomos servir em
Salvador por um ano como aspirante. Saímos como 2º tenente. O Exército foi de
grande importância na minha vida, principalmente, na questão disciplina. Só
deixei o Exército por ser temporário o oficial NPOR. Na época, somente seis
anos de farda”.
Como desejava garantia no emprego, ao sair do Exército faz
concurso para a Petrobras e para a Nitrofértil. Passa nos dois concursos, porém
não assume. “ O que queria realmente, era ser professor de Educação Física”.
Mesmo todo mundo dizendo que seria um bom professor de
Educação Física, na verdade, seu sonho era ser médico e até tentou. “ Fiz
vestibular para Medicina, não passei e fiquei como 16 º excedente. No ano
seguinte passei em 2º lugar para Educação Física, na Universidade Federal de
Sergipe, mas se tivesse feito para Medicina teria passado. Por coisas do
destino, passaria em 16º lugar. Quase que enlouqueço. Mas Deus escreve certo
com linhas tortas. Hoje, estou muito satisfeito”.
Na vida de professor muitas conquistas. De uma vez só
ensinei nos colégios Arquidiocesano, Salesiano Gracco Cardoso. Eram os colégios
da moda no Estado de Sergipe. Tive a grata satisfação e posso dizer hoje, que a
final do campeonato estudantil aconteceu entre as duas equipes em que eu era o
técnico, a do Arquidiocesano e Salesiano. Tive de me contentar em ficar na
arquibancada (risos). Durante cinco anos fui técnico da seleção”.
Em 1985 funda sua primeira academia de ginástica, instalada
na Praça Assis Chateaubriand no São José. “Alugamos uma casa de Cleonâncio
Fonseca,onde passamos dois anos. Por três meses passamos com um único aluno.
Depois chegou o segundo aluno, mais outro até que chegamos a 400 alunos, a
ponto de termos que providenciar um espaço maior depois de dois anos de
atividades”.
Na Avenida Pedro Paes de Azevedo concretiza seu primeiro
sonho ao construir o prédio que abrigou a ‘Academia Paulo Bedeu’ com uma nova
estrutura e modernos equipamentos. Até hoje, graças a Deus, o prédio é meu e lá
funciona a TV Cidade”. Registra que para a época, diante do alto investimento
do empreendimento, muitas pessoas bem sucedidas na vida faziam questão de dizer
que ele não iria conseguir sucesso. “ Meu pai, minha mãe, meus irmãos também
diziam que seria muito difícil”.
Em 2001 inaugura a ‘Paulo Bedeu Club’ na Avenida Jorge
Amado, depois de ouvir de muita gente que o monumental empreendimento não daria
certo. Percebi que a academia da Pedro Paes já era pequena e que a cidade
estava se desenvolvendo para aquela área. Encontrei o terreno, descobri de quem
era, comprei, depois mais dois terrenos e mais outro. Temos 1.800 m2.
Depois que abri a academia houve um grande desenvolvimento
no bairro. Até o ‘seu’ Lauro Menezes disse que o bairro deve muito a Paulo
Bedeu, pois mora há mais de 20 anos lá, e sua casa só é conhecida quando ele
diz que mora vizinho a Academia Paulo Bedeu”.
Não esquece de dizer que na proximidade do elevado da Hermes
Fontes tem outra academia, a ‘Paulo Bedeu Express’, fazendo sucesso há cinco
anos. Na duas academias tem hoje 1600 alunos.
Continua como professor de Educação Física do Estado, onde
ingressou por concurso público.” Hoje estou no Geraldo Oliveira, no campo de
futebol do Sergipe, mas ensinei no Costa e Silva, no Castelo Branco, no Olavo
Bilac, Arício Forte. Até hoje ensino por me realizar no lado social. Terça,
quarta e quinta estou dando aula no Estado. Tenho dois salários, mas como a
gente sabe da precariedade do ensino estadual não falta bola de voleibol para
meus alunos. Eu compro e deixo lá e assim faço com outros equipamentos”.
Das grandes realizações, os filhos, Paulo Diogo e João
Pedro. Continua solteiro. Do nome Bedeu: “Na época do Bloco Rebu, o Nestor
Amazonas procurou um nome artístico para melhorar a divulgação do bloco no
contato com a imprensa e me perguntou se desejava ser chamado de Paulo ou de
Bedeu. Respondi os dois e Paulo Bedeu pegou (risos).
Texto reproduzido do site:
usuarioweb.infonet.com.br/~osmario
Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de fevereiro de 2016.
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