Infonet - Blog Luíz A. Barreto - 14/10/2010.
O Centenário de Luiz Garcia.
Por Luíz Antônio Barreto.
A biografia centenária de Luiz Garcia é rica, tanto no
jornalismo, como na advocacia, como na política. O Correio de Aracaju foi sua
grande tribuna diária, com artigos de fundo, emitindo opiniões que
representavam o grupamento político ao qual pertencia, ao lado de Seixas Dória,
Carvalho Deda, sob a liderança carismática de Leandro Maciel. Seu cunhado Junot
Silveira e seu filho Gilton Garcia deram, também, contribuição significativa ao
jornal udenista.
No exercício da advocacia, precedido de experiência como
Promotor, atuou em Sergipe e no Rio de Janeiro, onde também era advogado o seu
irmão Carlos Garcia, no grande e tradicional Escritório do Dr. Hernani Cidade.
Advogado no Inventário de D. Adélia Franco, e de outras figuras importantes de
Sergipe, Luiz Garcia conciliou as atividades forenses com os mandatos
políticos, desde o de Deputado Estadual Constituinte em 1935, quando da
elaboração da Constituição do Estado e da eleição, indireta, do Governador
Constitucional Eronídes Ferreira de Carvalho.
Na política ingressou aos 24 anos, participando da fundação
do primeiro PSD – Partido Social Democrático, juntamente com Leandro Maciel que
seria, na UDN – União Democrática Nacional, seu líder e parceiro de muitas
campanhas. Depois da passagem pela Assembléia, aguardou que a redemocratização
do Brasil reabrisse o espaço eleitoral, candidatando-se a Governador,
enfrentando a José Rollemberg Leite, dos quadros do PSD – Partido Social
Democrático, chefiado por Leite Neto, coligado com o PR – Partido Republicano,
que tinha como principais líderes Júlio Leite e Armando Rollemberg.
Luiz Garcia perdeu a eleição para o Governo do Estado, mas
adiante foi eleito Deputado Federal e substituiu a Leandro Maciel, em 1958,
como Governador. A renúncia em 1962, para concorrer ao Senado, fez declinar a
carreira política, embora durante o período dos Governos dos militares, quando
ele optou por filiar-se, com Leandro Maciel, a ARENA – Aliança Renovadora
Nacional, elegendo-se Deputado Federal mais duas vezes e tentando, sem sucesso,
na eleição de 1978. Sua participação no plenário da Câmara dos Deputados
consagrou sua oratória, suas posições, sua conduta, merecendo elogios de
correligionários e adversários, como são testemunhos os Anais daquela Casa.
Afastado da política, deixou aflorar o intelectual, nas
sessões da Academia Sergipana de Letras, ilustrando o sodalício com sua palavra
fácil, suas observações produzidas pela longa experiência, no Estado e fora
dele, sendo, por isto mesmo, uma das mais respeitadas e admiradas presenças nas
reuniões das segundas feiras, presididas pelo irmão e grande colaborador do seu
Governo Antonio Garcia Filho.
Morrendo antes de completar 91 anos, Luiz Garcia deixou em
Sergipe um sentimento de perda, que ainda repercute. Ele revive, contudo,
evocado pelos sergipanos que conheceram as suas qualidades e os seus trabalhos,
como é lembrado pelo acervo de obras e de providências que deram ao seu período
de Governo uma qualidade como poucas, no curso da história republicana. O
pioneirismo de algumas ações jamais foram superadas, mas, ao contrário,
continuam servindo ao Estado e ao povo sergipanos, como o IPES, o BANESE, a
ENERGIPE (hoje ENERGISA), O Hotel Pálace de Aracaju, a Estação de Passageiros
do Aeroporto Santa Maria, o Centro de Reabilitação Ninota Garcia, a Faculdade
de Medicina, a Estação Rodoviária, que leva o seu nome, dentre outras e
serviços que modernizaram Aracaju e que formam um legado insofismável às
administrações.
Texto e foto reproduzidos do site:
infonet.com.br/luisantoniobarreto
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 10 de março de 2015.
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