segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Preservar é preciso.


Publicado originalmente no Jornal da Cidade.Net, em 06/06/2014.

Preservar é preciso.
Quem se interessa por arquitetura deve ter prestado atenção que Aracaju já tem poucos imóveis com fachadas antigas.
Por: JornaldaCidade.Net

Quem se interessa por arquitetura deve ter prestado atenção que Aracaju já tem poucos imóveis com fachadas antigas. No centro da cidade, onde no passado era o reduto dos casarões de época com maior expressão do neoclassicismo, muitas casas vêm sendo derrubadas de modo desenfreado e com finalidades estritamente comerciais. Muitas delas se tornaram estacionamentos, outras viraram agencias bancárias, clínicas, ou até alvo da marginalidade. É o caso do casarão de Dr. Augusto Leite, na avenida Barão de Maruim, que virou a agencia da Caixa, é o caso da casa da família Freire, que virou a agência do Banese, na mesma avenida, além de outras tantas que deixaram de existir dando lugar a um terreno para estacionamentos.

A causa para essa falta de preservação está na omissão de tombamentos. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) jamais reconheceu um bem sequer de Aracaju como patrimônio oficial. Por outro lado, o governo municipal nunca tombou nenhum imóvel na cidade, e as determinações legais do Plano Diretor Municipal também não são suficientes para impedir a descaracterização de obras ou imóveis que marcaram a paisagem da capital sergipana.

A professora Terezinha Oliva, superintendente do IPHAN em Sergipe explica que há alguns anos existia uma visão de que só deveriam ser tombados aqueles imóveis públicos ou privados que apresentassem traços coloniais. “Como Aracaju é uma cidade que surgiu no século XIX e tem sua estrutura arquitetônica marcada pelos estilos modernismo, pós-modernismo e contemporâneo então não havia como se tombar nada”. No entanto, a professora admite que hoje a visão do instituto mudou e já existe um estudo para preservação de bens considerados relevantes para o país. È o caso da estação ferroviária e do próprio Palácio Olimpio Campos, que por enquanto ainda estão descobertos.

A professora acrescenta que foi desenvolvido um plano de ação para cidades históricas que serão beneficiadas com projetos de tombamento. É o caso de Aracaju, onde as ações se darão sobre o centro da cidade.

Na verdade, o que existe em Aracaju são imóveis considerados de interesse histórico-cultural pelo Plano Diretor de Aracaju, como: O Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, a Biblioteca Pública (atual Arquivo Público do Estado), a Associação Atlética de Aracaju, o Edifício dos Correios e Telégrafos e o Palácio Serigy. No entanto, até o momento nenhum deles foi tombado pelo município.

Sem um impedimento legal e com a enorme crise de vagas nas ruas estreitas do centro de Aracaju, o que acontece é que muitos imóveis antigos passaram a ser demolidos na calada da noite e nos fins de semana (onde não existe fiscalização alguma por parte das autoridades competentes), e os terrenos transformados em estacionamentos. Dessa forma, a história está desaparecendo aos poucos.

Texto e foto reproduzidos do site: jornaldacidade.net

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 7 de novembro de 2014.

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