Foto reproduzida do site F5.
Homenagem a Luíz Antônio Barreto (1944 - 2012).
Luiz Antônio Barreto
Por Lúcia Gaspar.
Bibliotecária da Fundação Joaquim Nabuco.
A história de Luiz Antonio Barreto é múltipla e
vária...Olhar para o seu legado é ficar diante de um amplo panorama no qual
produção intelectual e ação cultural nunca se dissociam, posto que uma é movida
pela outra, ao mesmo tempo que também a impulsiona, demonstrando o quanto ele
foi capaz de correlacionar a reflexão com a realidade que viveu, pesquisando
práticas da vida dos indivíduos e das instituições públicas e privadas,
adequando sempre teoria e prática.[...]
Jorge Carvalho do Nascimento.
[...] Os sergipanos muito devem a Luiz Antonio pelas
pesquisas que ele empreendeu no campo do folclore, da música popular, de todos
aqueles costumes que foram praticados em tempos imemoriais, em tempos antigos,
que já estavam morrendo no esquecimento do povo sergipano, mas que foram
relembrados pela pena e também pela paciência, pela cultura incomparável deste
sergipano que orgulhou a todos nós. [...]
Senador Antonio Carlos Valadares.
Luiz Antonio Barreto nasceu no município de Lagarto,
localizado a 77 km de Aracaju, Sergipe, no dia 10 de fevereiro de 1944, filho
de João Muniz Barreto e Josefa Alves Barreto.
Fez o curso primário na Escola Rural nº 149, em Pedrinhas,
SE, e o ensino médio no Colégio Tobias Barreto, em Aracaju.
Vítima de perseguição política, sua família morou em
diversos municípios de Sergipe, da Bahia e ainda na cidade do Rio de Janeiro.
Jornalista e historiador, estudou Direito nas Faculdades de
Direito de Sergipe, em Aracaju, e na Nacional, do Rio de Janeiro, assim como
cursou a Escola Nacional de Música, também no Rio de Janeiro.
Como jornalista exerceu atividades de repórter, colunista,
redator, diagramador e secretário de redação dos jornais sergipanos Correio de
Aracaju, Folha Popular, Gazeta de Sergipe, Sergipe Jornal e A Cruzada, no
período de 1959 a 1971. Foi diretor da Revista Perspectiva (1966-1967) e colaborador
de vários periódicos de Aracaju, Salvador, Recife, Rio de Janeiro, Teresina,
Porto Alegre, Maceió, e da revista Il Moderno, de Milão, na Itália.
Atuou nas áreas de educação, cultura, história, comunicação,
literatura e folclore, exercendo cargos em instituições públicas e privadas,
entre os quais o de Assessor Cultural do Instituto Nacional do Livro (INL) e
Diretor da Organização Simões, Editora, ambos no Rio de Janeiro; Diretor da
Galeria de Artes Álvaro Santos, em Aracaju; Chefe da Assessoria Cultural da
Secretaria da Educação e Cultura do Estado de Sergipe; Secretário da Educação e
Cultura de Aracaju; Superintendente de Documentação da Fundação Joaquim Nabuco,
Recife (1987-1989); Diretor Cultural da Fundação Augusto Franco, Aracaju;
Assessor da Presidência da Confederação Nacional da Indústria; Diretor do
Instituto de Filosofia Luso-Brasileira (Portugal); Diretor do Instituto Tobias
Barreto.
Ocupante da Cadeira nº 28 e presidente da Academia Sergipana
de Letras, nos biênios, 1981-1983 e 1983-1985, era ainda membro e orador do
Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe; conselheiro dos Conselhos Estadual
e Municipal de Cultura do Estado; membro da União Brasileira de Escritores
(UBE)-Secção de Pernambuco e membro fundador do Instituto Luso-Brasileiro de
Filosofia, em Lisboa.
Foi o responsável pela criação de diversas atividades
educativo-culturais em Sergipe, como os Encontros Culturais de Laranjeiras; a
Discoteca Pública, do Museu Afro-Brasileiro de Sergipe, também em Laranjeiras;
o Seminário do Gado e do Couro, em Lagarto; o sistema de Vagão-Escola, da
Biblioteca Infantil no Vagão, localizada no Parque Teófilo Dantas; a Oficina de
Artes, da Escola de 2º Grau José Antonio da Costa Melo e a escola Ecológica,
localizada no Parque da Cidade Governador José Rollemberg Leite.
Especialista em Tobias Barreto, é autor de diversos
trabalhos sobre o ilustre sergipano, entre os quais, Tobias Barreto: a Abolição
da escravatura e a organização da Sociedade (1988); Nova missão Tobiática no
Recife e Tobias Barreto e seus seguidores, duas séries de artigos publicados na
Gazeta de Sergipe (1987-1989); Tobias Barreto e a organização da sociedade,
artigo publicado na Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, em
1989; A fé e a razão, Tobias Barreto e a crítica, e Tobias Barreto e a luta
pelo Direito; ensaios introdutórios às Obras Completas de Tobias Barreto (INL;
Record, Rio de Janeiro, 1989-1990);Tobias Barreto e a Filosofia no Brasil
(Aracaju, 1990); O pensamento e a ação política de Tobias Barreto (Actas do I
Colóquio Tobias Barreto, Lisboa, 1992).
Publicou ainda, A Bíblia na literatura de cordel (Revista
Brasileira de Cultura, Rio de Janeiro, 1971); Vaquejada e São Gonçalo em
Sergipe, ambos na Revista Sergipana de Cultura, em 1978; Opção informal na
pré-escola: experiência da Secretaria da Educação e Cultura do Município de
Aracaju, 1981; A arte sergipana, in Brasil, arte do Nordeste (Spala: Rio de
Janeiro, 1986); Um novo entendimento do folclore (Recife, 1988); Simão Dias:
história e tradição (Aracaju, 1990); Sergipe, 400 anos de história, in Turismo
e Lazer, Aracaju, 1990; O Poder Judiciário de Sergipe, 100 anos de história
(Aracaju, 1992) e o livro Memórias de Sergipe: Personalidades sergipanas, uma
seleção de textos sobre personalidades que marcaram a história de Sergipe
(2007), entre outros.
Luiz Antonio Barreto morreu em Aracaju, no dia 17 de abril
de 2012.
Recife, 22 de maio de 2012.
Texto reproduzido do site:
basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 9 de novembro de 2014.
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