Publicado originalmente no site f5news, em 23/10/2014.
“Souza me ensinou a lutar e nunca desistir”, diz esposa do
sindicalista
Familiares e amigos falam do legado deixado pelo líder dos
bancários
Notícias Sergipe
Por Will Rodrigues
O corpo do presidente do Sindicato dos Bancários de Sergipe
(SEEB), José Souza, está sendo velado no Cemitério Colina da Saudade, na zona
Sul de Aracaju, desde o final da noite dessa quarta-feira (22). O corpo chegou
em Aracaju no começo da noite de ontem, ficou durante três horas na sede do
SEEB e depois seguiu para o cemitério onde será sepultado às 16 horas desta
quinta-feira (23).
Na manhã de hoje, vários amigos, familiares e companheiros
de militância do sindicalista estiveram no velório. A todo momento pessoas
chegavam para prestar solidariedade à família. As homenagens também se
refletiam no grande números de coroas de flores que rodeavam o caixão.
Emocionada, a diretora de comunicação do SEEB/SE, Ivânia
Freire, ressalta os 34 anos de militância ao lado de Souza. “Nós eramos como
água e água. Discutíamos sobre tudo, mas ele era alguém que se esforçava ao
máximo para tirar as pedras da frente para deixar o caminho melhor para o
próximo. É uma perda não só para os bancários, mas para todo movimento
democrático brasileiro”, declara.
O vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores,
Roberto Silva, lembra da contribuição do militante a causa trabalhista. “Ele
não lutava só pelos direitos dos bancários, mas defendeu com garra os direitos
da classe trabalhadora”, diz.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do
Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Carlos Cordeiro (ao lado), está em Aracaju e
enfatiza que a atuação de Souza teve importância em âmbito nacional. “Com seu
jeito conciliador, o Souza participou de forma efetiva e decisiva de momentos
importantes de negociação, a exemplo das discussões que foram feitas na última
greve nacional dos bancários, por isso é uma perda muito grande para o
movimento em todo país”, afirmou.
A deputada estadual Conceição Soares (PT) disse que o
cenário político sergipano também perde com a morte de Souza. Ela destaca o seu
modo respeitoso de agir. “Ele defendia os seus ideais sempre de forma dura e
intensa, mas nunca desrespeitou e nem feriu a moral da classe patronal, porque
era uma pessoa integra”.
Em conversa com F5News, a esposa do líder sindical, a
jornalista Niura Belfort (ao lado), afirma que apesar do momento de dor, a
perda de Souza mostra que ele era muito mais respeitado e querido do que ela
mesma pensava. “É muito gratificante perceber que ninguém tem nenhuma crítica a
fazer ao trabalho que Souza desempenhou ao longo de toda sua vida. Os nossos
filhos, com certeza, estão muito mais orgulhosos ainda do pai que tiveram e eu
também. Souza nos ensinou ensinou a ser persistentes, determinados e não
desistir de lutar nunca”, afirmou.
Vítima de infarto fulminante, José Souza morreu
prematuramente nesta terça-feira (21), na cidade de Fortaleza, no Ceará, onde
ele participaria das negociações dos dias parados durante a greve e da
assinatura do aditivo da Convenção Coletiva do Banco do Nordeste (BNB).
Ele era membro titular do Comando Nacional dos Bancários.
Com 56 anos, Souza nasceu em Carira/SE. Casado com a jornalista Niúra Belfort
deixou dois filhos: Vladimir Souza Belfort e Letícia Souza Belfort.
Souza entrou no Banco do Brasil em 1979. Ele atuou no
movimento sindical desde a década de 80. Dirigente do Partido Comunista do
Brasil (PCdoB) e da CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
(CTB/SE) em Sergipe. E das atividades sindicais e de representação de
funcionários, foi delegado sindical e membro da Executiva Nacional dos
Funcionários do BB e membro da Federação Bancários da Bahia e Sergipe.
*Com informações do SEEB.
Texto reproduzido do site: f5news.com.br
Foto reproduzida do site: portalctb.org.br
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 23 de outubro de 2014.
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