Conheça os autores sergipanos homenageados no Leia Sergipe.
No mês do livro, o Governo de Sergipe homenageou alguns dos
grandes escritores do nosso estado. Confira abaixo um pouco sobre cada um
deles.
Mário Jorge de Menezes Vieira
Mário Jorge de Menezes Vieira nasceu a 23 de novembro de
1946 em Aracaju, faleceu na mesma cidade, num acidente automobilístico, na
manhã de janeiro de 1973. Iniciou seus estudos no Educandário Brasília e depois
no Atheneu Sergipense, de onde foi expulso por atuar fortemente como liderança
no movimento estudantil secundarista e incomodar o regime militar. Graças ao
acolhimento do Monsenhor Carvalho, conseguiu ingresso no Colégio
Arquidiocesano, onde terminou o Ensino Médio.
Em 1966 começou a estudar na Faculdade de Direito de
Sergipe, mas pressionado pela atmosfera da repressão militar e, no ano
seguinte, mudou-se para São Paulo, onde cursou Sociologia e era poeta festejado
nos corredores da USP. Abandonou ambos os cursos.
Militante do movimento político e estudantil, filiado ao
PCB, foi preso em 1968, acusado de ‘’atividades subversivas’’, em parte pelo
impacto desconcertante de sua única obra publicada em vida, a edição envelope
”Revolição”. Respondeu ao processo em liberdade, sendo absolvido em 1972.
Mário Jorge é considerado pelos literários, um poeta
significativo, fértil e ousado. Muito rigoroso em seus objetivos literários,
apesar de as intervenções dele soarem, à tradição da época e a alguns
reacionários de hoje, como inconsequentes, desenquadradas.
Mesmo com a curta trajetória e tendo publicado apenas um
único trabalho em vida, o envelope ‘’Revolição’’ – lançado em Aracaju em 1968
–, além de alguns fragmentos, poemas e artigos publicados em jornais e revistas
de Sergipe, o poeta sergipano deixou um rico e denso material, entre poesias e
ilustrações, alguns publicados postumamente, como ‘’Poemas de Mário Jorge’’
(1982), ‘’Silêncios Soltos’’ (1993), ‘’De Repente, há Urgência’’ (1997), e ‘’A
Noite que nos Habita’’, obra que o poeta deixou organizada, mas só publicada em
2003.
Araripe Coutinho
Araripe Coutinho nasceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de
Dezembro de 1968. Filho de Moacir dos Santos e de Maria de Nazaré Coutinho. É
apresentador de um programa de TV em canal fechado em Aracaju. Mantém uma
coluna no Portal Infonet. Jornalista profissional, foi diretor da Biblioteca
Municipal durante 8 anos. Diretor da Divisão de Memória Cultural, membro do
Conselho de Cultura Negra de Sergipe, membro da Academia Sergipana de Letras. É
cidadão honorário pela cidade de Aracaju e pelo Estado de Sergipe
Araripe Coutinho possui 13 livros publicados e vários
poemas. Dentre suas obras estão: ‘’O Amor Jaz’’, ‘’Face Morta’’, ‘’De avelãs e
Mortes’’, ‘’Amor sem rosto’’, ‘’Asas da agonia’’, ‘’Sede no escuro’’ e
‘’Passarador’’. Autor de vários livros, Coutinho é conhecido no Estado por sua
produção cultural e pelo seu programa de entrevistas, quando apresentou novos e
antigos talentos da literatura sergipana.
Carmelita Pinto fontes
Poeta, contista, teatróloga, professora universitária e
elemento atuante no meio sergipano. Carmelita Pinto fontes nasceu em 01 de
fevereiro de 1933, na cidade de Laranjeiras. Formada em letras pela extinta
Faculdade Católica de Filosofia de Sergipe, fez pós-graduação em Língua e
Literatura Francesa, em Língua e Literatura Espanhola na Universidade Católica
do Chile, em Língua Portuguesa e Linguística. Foi professora de Língua
Portuguesa na UFS e teve presença atuante na área de âmbito político-cultural
da universidade. Foi membro do Conselho Estadual de Cultura, membro do Conselho
Estadual de Educação, Diretora da revista da UFS, representante no Conselho de
Ensino e da Pesquisa UFS. Desenvolveu inúmeras atividades culturais, dentre
elas, fundou e organizou núcleos de atividades literárias ( Clube Literário
Tobias Barreto), organizou concursos literários, exposições de poesia e oficinas
literárias.
Como escritora, publicou poesias, crônicas, escreveu peças
teatrais para o público infantil. É uma Imortal da Academia Sergipana de Letras
e foi fundadora da Academia Sergipana de Letras dos Jovens Escritores.
Obras: Poesias – ‘’Baladas do inútil’’, ‘’Tempo de
Dezembro’’, ‘’Verde outono’’. Teatro- ‘’O lenho e a espiga’’, ‘’E uma estrela
apareceu’’, ‘’As uvas Ainda não há lugar’’.
Antonio Carlos Mangueira Viana
Antonio Carlos Mangueira Viana nasceu em 5 de junho de 1944,
em Aracaju, Sergipe, onde passou a infância. Ainda menino, muda-se com a
família para o Rio de Janeiro, e cursa o primário na Escola Pública Guatemala.
Tenta a carreira diplomática, sem sucesso. Passou pela Psicologia e acabou
ensinando Português, Literatura e Redação. Foi depois para Teresópolis. Lá,
para complementar o necessário à sobrevivência, vendia cachorro-quente na porta
do INPS. Retornam a Aracaju, em 1955, onde completa os estudos preparatórios.
Ingressa, em seguida, no curso de letras com habilitação em francês da
Universidade Federal de Sergipe. Tornou-se mestre em teoria literária pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul onde. Defendeu em 1980
sua dissertação “O corpo e o caos: a tragicidade no teatro de Nelson
Rodrigues”. Tem doutorado em literatura comparada pela Université de Nice
(França), concluído em 1986, com a tese “La Poésie de João Cabral de Melo Neto
et la poétique de Paul Valéry. Foi professor de literatura brasileira, produção
de texto e teoria literária no departamento de Letras da Universidade Federal
de Sergipe de 1976 a 1995, quando se aposentou.
Seu primeiro contato com línguas estrangeiras foi na escola.
Ao concluir o ginásio, já sabia francês a ponto de ler textos longos. Também na
escola estudou inglês, embora nunca tenha se dedicado a esta língua, e
espanhol, que desenvolveu por meio de leituras. Pretende este ano fazer um bom
curso de espanhol para começar a se exercitar em traduções, mas até hoje
traduziu exclusivamente do francês.
Começou a traduzir assim que se formou em Letras, apenas
para aprender melhor a língua. O primeiro livro foi ‘’A condição humana’’, de
Malraux. Durante seu período de doutoramento na França (um ano em Nice e três
em Paris), assistiu como aluno ouvinte ao curso de tradução da professora Anne
Marie Quint, na Université de Paris IV-Sorbonne. Depois de regressar ao Brasil,
foi apresentado à editora L&PM por Paulo Henriques Britto e, a partir daí,
começou verdadeiramente a vida de tradutor. De 1986 até hoje, traduziu 22 obras
de ensaio, ficção, biografia, em geral propostas pelas editoras com as quais
trabalha, mas que ele só aceita quando são obras que possam enriquecer
literariamente.
É, além disso, escritor, autor premiado (vencedor do Prêmio
Esso de Literatura – 1971 e do II Concurso Nacional de Literatura – 1992,
promovido pela Prefeitura Municipal de Garibaldi – RS.) de vários livros de
contos, dois livros infantis e dois livros didáticos. É um dos nomes principais
da literatura sergipana e é tido pelos seus leitores como um gentil mestre das
letras, visto que ele é muito receptivo com todos interessados não só pelos
seus textos como também pela literatura de um modo geral.
Dono de uma prosa concisa e econômica, sobretudo no que
concerne a aspectos formais e de estilo, em geral, de tom seco e preciso.
Constrói assim, narrativas sem excessos e que versam essencialmente sobre a
temática da infância, perda da inocência e morte. Viana não se considera um
“escritor regional”: suas histórias transcorrem tanto no interior nordestino
quanto em Paris, reflexo do período em que escritor estudou literatura
comparada na França. Sua temática, sombria em princípio, não resvala, no
entanto, só para enredos de infelicidade. O que prevalece é a perplexidade
quase calma e a poesia discreta dos que se comunicam com poucas palavras e
observações precisas.
Texto e fotos reproduzidos do site: e-sergipe.com/
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, em 29 de abril de 2013.
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