Culinária Sergipana é Patrimônio Cultural
Publicado por "Contexto Online" em 2011.
Por Isabelle Marques
A culinária sergipana é uma das mais variadas do Brasil.
Recebe influência de outras culturas e, por isso, é uma mistura de ingredientes
que atrai os turistas e a própria gente da terra. De um canto tranquilo da
cidade é possível escutar o rapaz na bicicleta entoando "olha o sarôio,
beiju molhado e pé-de-moleque", são as comidas típicas de Sergipe, um
misto de culinária indígena e africana. E se tem festas juninas certamente elas
estarão compondo as mesas dos nordestinos.
Mas agora, o beiju de tapioca, o beiju macasado, a queijada,
o doce de pimenta do reino, o beiju sarôio, o manauê, a bolachinha de goma e o
amendoim verde cozido tão famosos em Sergipe são mais do que simplesmente
comidas típicas do povo sergipano, viraram patrimônio do Estado.
Pensar em um prato típico da região é pensar em seu povo.
Cada prato tem a ver com a cultura de seu lugar de origem. Todos que visitam
uma terra querem ter sabores para provar e histórias para levar na bagagem.
Transformar pratos típicos em patrimônio imaterial é padronizar seu modo de
fazer e seus ingredientes, é transformar a culinária local em história e
cultura a ser transmitida a quem vem depois.
O reconhecimento veio através de aprovação unânime do
parecer do Conselho de Cultura, que teve como relatora dos processos na Câmara
de Ciências e Patrimônio Histórico e Artístico,a conselheira Ana Maria Medina.
De acordo com o professor Fernando Soutelo, a recomendação
de registro do Conselho foi aprovada e encaminhada à Secretaria de Estado da
Cultura para as providências decorrentes da decisão do Colegiado. Por despacho
da Secretária Eloísa Galdino acolheu a decisão do CEC. “Entendemos que havia
necessidade do reconhecimento ser aprovado por decreto do Governador do Estado.
Portanto, a Secretaria da Cultura encaminhou os processos para a Secretaria de
Estado de Governo para lavratura dos decretos a serem assinados pelo Governador
do Estado”, explica Soutelo. A prefeitura, através de lei municipal também
reconhece os pratos como como Patrimônio Cultural Imaterial, de acordo com as
leis municipais aprovadas.
Segundo o presidente da Confederação Nacional de Artesãos –
Constriart, José Luiz Passos, o documento foi aprovado pelo Governador Marcelo
Déda e publicado no Diário Oficial do Estado de Sergipe do dia 14/06/2011. Foi
de Luis Passos, a iniciativa. Para ele, a ação significa o resgate do valor
cultural e da dignidade das pessoas de baixa renda que trabalham vendendo e
produzindo esses pratos. “Os valores culturais de uma boa alimentação são
incalculáveis”, comenta.
Para Soutelo, aprovar esses pratos como culinária sergipana
é reconhecer o próprio sergipano, é mostrar-lhe quem ele é para si próprio e
para os que ainda o desconhecem. “É uma forma de o sergipano reconhecer a sua
cara”, conclui.
Fotos: Maria Odília
Edição: Samara.
Texto e fotos reproduzidas do blog:
jornal-contexto.blogspot.com.br
Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 30 de Janeiro de 2013.
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