sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Neide Mesquita


Publicado pelo Blog Osmário, em 25/06/2013.

Neide Mesquita
Por Osmário Santos

Foi homenageada pelo Estado com seu nome em uma escola
Neide Figueiredo de Albuquerque Mesquita, nasceu a 30 de dezembro de 1919 na cidade de Aracaju /SE. Seus pais: Xisto Ferreira de Albuquerque e Esmera Figueiredo de Albuquerque.

Filha de alagoano, seu pai fez parte da guarda nacional e chegou a estudar alguns anos no curso de Direito. Por motivo político veio parar na cidade de Aquidabã/ SE – para trabalhar como telegrafista, emprego conquistado graças a amigos. Dele sua filha não tem muitas lembranças, pois faleceu quando ela tinha 10 anos de idade. De sua querida mãe, herdou o amor ao trabalho e a integridade.

No Colégio Nossa Senhora da Glória que funcionava na rua de Maruim em Aracaju, com Dona Yazinha, fez o curso primário e no Colégio Atheneu estudou cinco anos do então curso de humanidades. Foi aluna dos professores Abdias Bezerra, Franco Freire, Artur Fortes e Oscar Nascimento. “ Acho que tive os melhores professores que já passaram pelo Atheneu”.

Com 15 anos de idade se apaixona por um cearense que veio a Aracaju trabalhar como representante do laboratório, o Raul Leite e com ele casa aos 17 anos de idade. Com o casamento vai morar no Piauí e daí teve a experiência de morar na Bahia e no Ceará, até que consegue morar em Aracaju, graças a um pedido de transferência que sua mãe conseguiu junto a direção do laboratório para que o genro pudesse assumir a gerência da filial em Sergipe.

Chegado o momento da transferência, sai do Ceará em navio de alto calado para Salvador, o navio Baependi que tinha condições de ancorar no porto de Aracaju. Pela necessidade de regularização de passagem, sue marido, tão logo chegou em Salvador, acomodou Neide num hotel e parte para tomar as devidas providências. Encontra a agência fechada e retorna ao hotel. Ao saber da notícia a mulher pela ânsia de chegar logo em Aracaju, toma a decisão de viajar de trem.

Quando chega em Aracaju encontra a casa de seus familiares repleta de pessoas e fica surpresa ao saber que todos estavam em sentido de pesar pela morte do casal. Tal surpresa ficou por conta do torpedeamento que navio que ela estava preste a embarcar em Salvador junto com o esposo. Neide teria avisado aos familiares que chegaria no navio.” Não tinha de ser naquele momento. Eu tinha alguma coisa ainda a fazer na vida”.

Tomando conhecimento da abertura de concurso público para professora de recreação do Jardim de infância Augusto Maynard, Neide se inscreve, mesmo contrariando a vontade do marido, que até então tinha pensamento fixo que lugar de mulher casada era dento de casa.

Neide faz o concurso e passa em 1º lugar e começa a trabalhar com mil e ima idéias.

Depois de marcar presença no Jardim de Infância pertencente a rede estadual de ensino, resolve abrir uma escolinha da alfabetização, em frente de sua casa na Rua Lagarto 1122. Faz prova de suficiência com sucesso para ser professora do Estado, na disciplina Economia Doméstica da Escola Normal. Recebeu aprovação com louvor. “ Com o espírito que eu tenho, criei o Clube dos Quatro H’s ( Em Inglês: cabeça, coração , mãos e saúde). Através das alunas, com o clube era desenvolvido um trabalho de preparação de enxovais que era entregues a crianças pobres internas no Hospital de Cirurgia”.

Achando que poderia aproveitar melhor o seu potencial, resolve montar em frente de sua casa uma colégio e funda o Instituto Sílvio Romero com vagas até a 4ª série. O colégio para a se destacar por oferecer aulas de Inglês e festas de São João, festa do Dia das Mães e a de final de ano.

Sendo espírita fervorosa, com o apoio da dentista Laura Amazonas (que doa um terreno) e, contando com a ajuda de Melita Nascimento, passa a se movimentar com inúmeras atividades para construir uma obra de caráter social, destinada para crianças carentes, a “Casa do Pequenino”. Para conquistar recursos, chega a apresentar no Cinema Rio Branco, o Festival Tapete Mágico, com a participação de jovens da sociedade sergipana. O sucesso foi tanto que necessitou fazer três apresentações e todas elas com casa lotada.

Participa de mais outro concurso público e sai aprovada para ensinar no Colégio Atheneu - a disciplina “Educação Moral e Cívica”.

Com seu espírito de pioneirismo na década 60 abre em Aracaju o curso de “ Desenvolvimento Artístico. “ Ninguém pensava em Ballet”.

Neide Mesquita foi membro do Conselho Estadual de Educação na época da sua criação. Na administração do prefeito Gileno Lima, assumiu o cargo de diretora do Departamento de Educação do Município. Por um curto período atuou como diretora da Educação do Estado. Na Educação trabalhou como assessora até 1970.” Nesta assessoria eu promovia a Parada Cívica de 7 de Setembro. Criamos nas escolas do Estado, Centros Cívicos”.

Foi homenageada pelo Estado de Sergipe e só veio saber depois de inaugurada. “ Com surpresa soube que tinha uma escola com o meu nome, a Escola 1º Grau Professor Neide Mesquita. Não sei nem quem foi o secretário que me prestou esta homenagem, nem o governo. Só sei que veio uma comissão de alunos e professores aqui na minha casa para saber como eu era. A escola fica no Conjunto Eduardo Gomes e tem 800 alunos.

Registra que foi discriminada por ser espírita nos anos 50.

Casou com José Mesquita Neto. Do casamento realizado em 1937 os filhos: Clesimeire, Rosimeire e Lídia. É avô de 9 netos e tem oito bisnetos. Foi proprietária da floricultura La Rose.

Foto e texto reproduzidos do site: osmario.com.br

Postagem originária do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 14 de fevereiro de 2014.

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