"Hoje CANHOBA, completa 76 Anos de muita
história."
Histórico
Denominava-se Curral de Barro, em decorrência dos muros
construídos de argila com a finalidade de reter as águas na lagoa de Canhoba,
durante o cultivo de arroz. As primeiras penetrações tiveram início no fim do
século XVII para princípio do século XVIII, pelas famílias Torres e Resende.
No século XIX no ano de 1894 o povoado já possuía uma escola
primária e feira livre realizada aos domingos. Depois de construída a sua
primeira igreja, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição, despontaram
várias opiniões com o objetivo de trocar o nome do povoado,ficando aceito pela
maioria dos habitantes, a denominação de Canhoba cuja origem está ligada aos
terrenos férteis existentes, denominado Baixa do Canhoba. Com território
desmembrado dos Municípios de Aquidabã, Gararu e Propriá foi transformado no
Município de Canhoba através de Decreto-Lei nº 17 de 23 de dezembro de 1938,
tendo como sede o povoado Canhoba.Canhoba: terra de Eronildes de Carvalho.
O município já foi chamado Curral do Barro e teve uma forte
economia algodoeira "Por doação da coroa, /Manoel Rocha é o seu fundador,
/Emancipada por Eronildes, /O nosso governador". Este é um trecho do hino
da emancipação do município de Canhoba,que fica a 124 quilômetros de Aracaju,
em 1954 o Distrito de Nossa Senhora de Lourdes é anexado ao município de
Canhoba, sendo novamente desmembrado em 1963 quando o distrito de Nossa Senhora
de Lourdes é elevado a município independente. E Canhoba tem história para
contar?
As terras canhobenses, que se situam à margem direita do Rio
São Francisco, faziam parte da Capitania de Todos os Santos, que iam do Velho
Chico até Itapoã, próximo a São Salvador.Com a morte de Cristóvão de Barros,
parte dessas terras passam a pertencer a seu filho, Antônio Cardoso de Barros.
Os primeiros exploradores chegaram no final do século XVIII à Lagoa do
Jaguaripe, hoje Lagoa de Canhoba, usando o Rio São Francisco como estrada
natural.Segundo pesquisadores, Canhoba quer dizer em língua portuguesa "folhas
escondidas", uma planta medicinal usada largamente pelos indígenas. Uma
espécie de planta com fama miraculosa ( milagrosa).A palavra
"Canhoba" é a junção de duas outras. Segundo o tupinólogo, Theodoro
Sampaio, em seu Dicionário da Língua Tupi, "Can" quer dizer cânhamo,
e "oba" é o senhor da terra .CATAIOBA E CURRAL.
Os primeiros habitantes de Canhoba foram os índios da tribo
Cataioba. Com a chegada dos portugueses, os índios fugiram, mas no município
ficaram suas marcas: os nomes de locais como Caiçara e Caraíbas. Sendo o maior
registro da existência da Baixa do Canhoba, que deu origem ao nome do
lugar.Manoel José da Rocha Torres, não resta dúvida, foi o primeiro posseiro do
hoje município.Por carta sesmarias o Capitão-mor Cristovão de Barros foi o primeiro
dono destas terras no século XVI. As suas terras foram adquiridas através de
uma Carta Régia, desde o São Francisco até o interior, na altura do Bom Nome (
Itabi). Ele é um descendente de portugueses. Seu filho, Antonio da Rocha
Torres, também foi possuidor de terras. Eles fundaram a povoação "Curral
de Barro", por causa dos valados que os posseiros construíram para
represar as águas das lagoas, plantando nas terras alagadas o arroz. Curral era
um nome comum, pois no alto sertão existia o Curral do Buraco, (hoje Porto da
Folha) e o Curral de Pedras (hoje Gararu). Construída a primeira igreja sob a
invocação de Nossa Senhora da Conceição, surgiram opiniões no sentido de ser
mudado o nome do povoado. Alguns sugeriram a denominação Jaguaripe, nome do rio
temporário que passa nas proximidades. Mas essa ideia não prevaleceu.
Igrejas e Fé
A igreja matriz de Canhoba, foi inaugurada como capela, em
18 de fevereiro de 1939. Aliás, reinaugurada, pois a sua construção fora
iniciada em 1889, por Manoel Paez que tendo viajado para a Amazônia , como
tantos outros do lugar, lá foram picados pelo mosquito Aedes aegypti e
morreram. Porém Manoel Paez, depois de fazer uma promessa , qual seja , se não
morresse voltaria à sua terra e, pedindo esmolas, (somente esmolas), construiria
uma igreja sob a invocação do Senhor dos Pobres. Manoel Paez, milagrosamente
não morreu. Isto fez com que voltasse a Canhoba, onde saiu pedindo esmolas e,
com o produto delas, iniciou a construção da Igreja.
Entre as festas religiosas de Canhoba , a do Santo Cruzeiro
tem lugar especial . A partir de 7 de junho de 1910, quando a Santa Cruz foi
edificada pelos freis Rocha e Anatanael ao concluir uma santa missão no lugar
de todos os anos, a partir do seguinte ano passou a comemorar o Santo Cruzeiro,
um testemunho de fé e religiosidade.
Crescimento de Canhoba
O povoamento de Canhoba crescia lentamente . A migração
ocorreu com mais frequência quando os alagoanos passaram para o lado de
Sergipe, em busca de terra férteis , como são as de Canhoba , próprias para o
cultivo de arroz e do algodão.
As famílias da Rocha Torres , Rezende e Carvalho já se
encontravam estabelecidas na povoação , tanto assim que em 1894 o povoado já
era dotado de casas comerciais , escolas primária, descaroçadores de algodão, banda
de música, feira muito importante, porto e a capela de Nossa Senhora da
Conceição, cuja construção se deve à liderança de dona Maria Manoela da
Conceição Rezende.
Mais tarde chegaram as famílias Paez Hora,Gomes de Menezes e
por ocasião da emancipação política , os Andrades e Guimarães. Canhoba do
início do século era o mais importante da beira do São Francisco. A sua riqueza
rivalizava com a de Gararu e Porto da Folha , e era a base da economia de
Propriá , a então sede do município.
Luz de Paulo Afonso
A cidade de Canhoba, no passado , era iluminada por lampiões
a querosene. No final da década de 40 passou a ser iluminada por luz a motor.
Primeiro com um pequeno motor a diesel (era prefeito Wilson Carvalho), depois
um mais potente na administração de João Rezende.
A partir de 1968 o governador Lourival Baptista, contando
com os esforços o deputado filho de Canhoba , Torres Junior , inaugurou uma
praça que leva seu nome . Lá consta na placa com esta inscrição: Aos
benfeitores desta terra , pela instalação dos serviços de energia elétrica de
Paulo Afonso, a gratidão dos canhobenses . Janeiro de 1968.
O telefone chegou a Canhoba em 1938, com um único aparelho
pertencente aos Correios e Telégrafos.
A Matriz
O bispo Dom José Thomaz Gomes da Silva, o primeiro de
Aracaju, atendendo solicitação do interventor federal, aos 28 de novembro de
1939 criou a Paróquia de Canhoba sob a invocação do Senhor Bom Jesus dos
Pobres, nomeando também o padre Antônio Fernando da Graça Leite como primeiro
vigário. A instalação canônica da paróquia ocorreu aos 20 de fevereiro de 1940,
com grande solenidade. O vigário fora nomeado também diretor das Escolas
Reunidas , hoje renomeada de Escola Estadual Dr. Eronildes Ferreira de
Carvalho.
Teve filhos ilustres como Eronildes Ferreira de Carvalho ,
que foi governador do Estado de Sergipe. Filho de Antônio Ferreira de Carvalho
( Antônio Caixeiro) e o Deputado Estadual Antônio Torres Junior.
GEOGRAFIA
Seu território encontra-se dentro do polígono das secas, com
temperatura médias anuais de 26° C e precipitação média de chuvas de 800
mm/ano, com maior precipitação de março a agosto (outono-inverno). Em seu
relevo predominam colinas e tabuleiros. A vegetação do município varia da
Capoeira, Caatinga, Campos Limpos e Sujos. Canhoba está totalmente inserido na
bacia do rio São Francisco, outros rios importantes da região são o rio Salgado
e seus afluentes rio do Poção e o riacho Cancelo.
ECONOMIA
As principais receitas do município são da pecuária (
bovinos, ovinos e suínos), agricultura ( o principal produto é a mandioca,
seguida do milho, arroz e feijão) e avicultura de galináceos.
Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, de 23 de janeiro de 2014.
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