Joel Silveira: Da Eternidade a Víbora Manda Lembranças.
Por Luiz Eduardo Oliva/Facebook.
Leio no Twitter do jornalista Genetom Moraes Neto
(@genetonmneto) a notícia de que a GLOBONEWS exibirá no sábado,dia 2 de
fevereiro às 20:30 o documentário "GARRAFAS AO MAR:A VÍBORA MANDA
LEMBRANÇAS" sobre o nosso Joel Silveira,o sergipano que se transformou no
maior repórter do Brasil.
Será o resultado de material em audio e vídeo colhido pelo
Genetom durante 20 anos de convivência com Joel,convivência que ele considerou
equivalente a um prêmio na Loteria do Jornalismo. O documentário tem a
participação dos atores Othon Bastos e Carlos Vereza que interpretam textos de
Joel.
Genetom diz que percebeu que já era hora de passar adiante o
que viu e ouviu do velho repórter, que fazia um jornalismo literário de
altíssimo nível mas que hoje, para ele, "o barco afundou" porque a
sua impressão,depois de mergulhar no que chamou de "Planeta Joel", é
a de que, em nome da objetividade o jornalismo brasileiro soterrou jornalistas
com marca pessoal. Joel era tudo isso e mais um pouco. Foi considerado "a
víbora" por sua língua afiada e a forma como descrevia a sociedade de sua
época,com irônica realidade. Notabilizou-se como repórter da 2a Guerra Mundial
e creio que foi uma espécie de Ernest Hemingway brasileiro.
Foi Secretário de Cultura de Sergipe durante o Governo
Valadares, terra que amou e referenciou sempre. Durante aquele governo tive
pouquíssimo contato com Joel em duas ou três ocasiões,mas sempre muito
rápido,porque eu morava em Florianópolis fazendo Mestrado e pouco vinha a
Aracaju. Uma vez,durante uma das minhas férias do mestrado,Fernando Sávio,outro
grande jornalista falecido,chamou-me para ir com ele tomar "uns
goles" com Joel. Preferi ficar na paquera que corria solta no Bar do
China, e este é um dos poucos arrependimentos que guardo,perdi a oportunidade
duma boa noitada com dois gênios do jornalismo e do bom papo,duas fontes da
sabedoria da vida e da imprensa. Seu retorno a Sergipe para ser Secretário de
Cultura rendeu muitas histórias pitorescas,algumas até "folclóricas",
criou ciumeiras, possessões,intrigas, mas também boas lições, visão de cultura,
muito humor,bom papo regado ao indefectível uísque.
Amaral Cavalcante e Clara Angelica Porto que tiveram o
privilégio de conviver com o gênio de Joel naquele período, poderiam muito bem
nos brindar com histórias da sua passagem por Sergipe na segunda metade dos
anos 80. São dois exímios contadores de histórias e podem muito bem nos legar o
que representou aqueles tempos e como foi conviver com a "víbora" da
imprensa brasileira,o repórter implacável,a língua sempre afiada, o aguçado
observador dos costumes, o homem que impressionou o lendário Assis
Chateaubriant já no primeiro encontro a ponto de contratá-lo para cobrir a
Segunda Guerra para "O Cruzeiro"com a conhecida recomendação do
"vá mas não me morra!". A exemplo do que fez Genetom Neto, Amaral e
Clara,dois frequentadores assíduos deste Face, bem que poderiam nos legar com a
memória daqueles tempos,daquela passagem,do homem Joel e do mito.
Post da Linha do Tempo/Perfil do Facebook/Luiz Eduardo Oliva, compartilhado por Amaral
Cavalcante no Facebook/Grupo Minha Terra é SERGIPE, em 20 de janeiro de 2016.
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