Publicado originalmente no site pge.se.gov.br
Jordão Eduardo de Oliveira Nunes, pintor, professor, poeta e
escritor.
Por Mário Britto.
Nascimento: no dia 13 de outubro de 1900, em Aracaju/SE
Falecimento: no dia 08 de abril de 1980, Rio de Janeiro/RJ.
De origem humilde, descobre-se artista em Aracaju, onde
iniciou os primeiros estudos e fez os primeiros desenhos em crayon, sob a
influência do mestre Quintino Marques, realizando nesse período sua primeira
exposição individual. Mudou-se para Recife e, posteriormente, em 1921, para o
Rio de Janeiro, onde viveu até o seu falecimento.
No Rio de Janeiro, estudou na Escola Nacional de Belas
Artes, com mestres do quilate de Batista da Costa, Lucílio Albuquerque e
Rodolfo Chamberland, tornando-se, em 1930, docente de pintura e catedrático de
modelo-vivo na respeitável instituição. Foi um dos professores mais queridos da
ENBA. Em 1937, assumiu a presidência da Sociedade de Belas Artes.
De 1924 a 1978, participou de diversas exposições pelo país
e no exterior, a exemplo dos salões de arte de Rosário de Santa Fé, na
Argentina e da Feira Internacional de Nova Iorque, nos Estados Unidos.
Jordão de Oliveira foi presença de destaque nos Salões
Nacionais de Belas Artes, promovidos pela Escola de Belas Artes do Rio de
Janeiro, nos quais conquistou, entre outros: em 1933, o prêmio de “Viagem ao
Exterior”, o mais cobiçado deles e em 1938, a Medalha de Ouro. Em 1944, foi
júri do Salão Estadual de São Paulo e do Salão Nacional de Belas Artes.
Suas obras estão espalhadas em importantes espaços, entre
tantos, destacamos: o Nacional de Belas Artes, o Palácio do Catete, a Santa
Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro e a Ordem Terceira da Candelária, todos
no Rio de Janeiro/RJ; o Palácio do Rio Negro e o Museu Imperial, em
Petrópolis/RJ; o Palácio do Ingá e o Museu Antônio Parreiras, em Niterói/RJ; a
Pinacoteca do Estado de São Paulo/SP e, ainda: os Ministérios da Aeronáutica e
da Agricultura; as Faculdades de Medicina e Odontologia da Universidade do
Brasil e a Faculdade Nacional de Direito.
Hoje, grande parte de suas obras se encontra na pinacoteca
que recebeu seu nome, no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe – IHGS, em
Aracaju/SE. Em 1978, Jordão de Oliveira realizou sua última exposição
individual, na Galeria Horácio Hora, em Aracaju/SE, sob a Curadoria de Luiz
Adelmo. Em 2012, participou, in memorian, da coletiva “Coleção Mário Britto”,
edição especial Mostra Aracaju/SE.
Em Sergipe, o hall de entrada do Museu-Palácio Olímpio
Campos abriga dois importantes painéis encomendados durante o Governo Leandro
Maciel (1955-1959) e desenvolvidos na década de sessenta, no Governo de Luiz
Garcia. Neles, Jordão retrata elementos da base econômica de desenvolvimento do
Estado. Em 1980, foi inaugurada a Galeria Jordão de Oliveira na biblioteca da
Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão/SE.
Como escritor, Jordão de Oliveira publicou três livros: em
1975, “Caminhos Perdidos” (memórias); em 1976, “A Cor das Coisas (poemas) e, em
1980, “Delta”(poemas). Comentando seu livro de estréia, o romancista baiano
Jorge Amado, em carta enviada ao poeta-pintor diz o seguinte: “(…) Tudo é
bonito em seu livro, como em sua pintura. Há páginas que são obras-primas como
a Carta de Mamãe no capítulo 44. Que livro mais bonito seu Jordão! Não importa
o rótulo, de memória ou romance é a presença de um homem de verdadeira
grandeza”.
Depois de sua morte, em 1982, através da Lei nº 365/82, a
Rua Bojuru, na Ilha do Governador, na qual o pintor residiu por muitos anos,
passou a ser chamada Rua Jordão de Oliveira.
A obra de Jordão revela beleza e sintonizada harmonia entre
inspiração e técnica acadêmica. De sua paleta, não saem cores vivas, porque é
na densidade dos tons ocres e escuros que ele encontra a luminosidade vista em
suas deslumbrantes paisagens. Retratista, em sua iconografia encontramos
pessoas comuns, mas, sobretudo, personalidades importantes. Sobre a obra se
Jordão de Oliveira, escreveu no Dicionário Brasileiro de Artista, o respeitado
crítico de Artes Walmir Ayala: “Seu colorido discreto completa na sua obra o
equilíbrio das massas e as sutilezas de luz e sombra. Sem demonstrar
preferências por um único gênero, consegue interpretar seus modelos com
semelhança e sem amaneiramentos de forma e suas paisagens reproduzem aspectos
de horizonte amplo, de perspectiva bem compreendida.”
Fotos e texto reproduzidos do site: pge.se.gov.br
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 8 de junho de 2014.
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