LOURIVAL FONTES (1)
Por Luiz Antônio Barreto
Embora nascido em Riachão do Dantas (SE), em 20 de julho de
1898, Lourival Fontes ganhou notoriedade no Rio de Janeiro, em vários
trabalhos, no Brasil e no exterior, principalmente como Diretor do Departamento
de Imprensa e Propaganda, o famigerado DIP, que controlava, com censura e
cooptação, a mídia brasileira.
Deixou o DIP em 1943, sendo nomeado, em 1944, Embaixador do
Brasil no México, depois no Canadá, Chefe da Casa Civil no Governo de Getúlio
Vargas, de 1951 a 1954. Com a morte de Vargas, senador por Sergipe, eleito por
uma coligação liderada pelo PTB, com a expressiva votação de 87.879 votos,
juntamente com Augusto Maynard Gomes, que obteve 52.578 votos, derrotando a
Durval Rodrigues da Cruz, da coligação PR-PSD e Carlos Meira, do PSB.
Ninguém em Sergipe desconhecia a biografia de Lourival
Fontes, nem a importância de sua família. Homem de letras, estudou em Riachão
do Dantas e em Estância antes de matricular-se na Faculdade de Direito da
Bahia, onde bacharelou-se, mudando para o Rio de Janeiro, onde doutorou-se.
Como jornalista foi um dos redatores de ‘A Tarde’, de Salvador, na Bahia, e
fundou e dirigiu a Revista ‘Hierarquia’. Trabalhou na Prefeitura da cidade do
Rio de Janeiro, contribuiu para o desfile das escolas de samba do carnaval
carioca e para o turismo na cidade maravilhosa, antes de se instalar, com todos
os poderes, no DIP como o seu diretor, acumulando prestígio.
Em Sergipe era ligado à União Republicana do Dr. Augusto
Leite, até o golpe do Estado Novo, em 10 de novembro de 1937. Com a redemocratização
de 1945 filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro, sigla estimulada pelos
partidários de Getúlio Vargas. Teve seu nome várias vezes citado para governar
Sergipe, terminando por ser candidato a senador, em 1954, na esteira da comoção
gerada pelo suicídio do presidente Getúlio Vargas, em 24 de agosto de 1954.
A sua eleição no Estado de Sergipe de alguma forma blindou
sua biografia, evitando constrangimentos e dissabores. É certo que Lourival
Fontes fez muitos amigos, pelo Brasil todo, quando chefiou a propaganda
getulista, e mesmo quando ocupou a Casa Civil do Palácio do Catete. Mas também
fez inimigos e desafetos, que poderiam causar sérios incômodos.
Foi este o único mandato, iniciado em 1º de fevereiro de
1955 e encerrado em 31 de janeiro de 1963, sendo substituído por Leite Neto e
por Júlio Leite, eleitos na campanha de 1962, que uniu PSD, PR, parte da UDN e
parte do PTB, em torno do nome de Seixas Dória como candidato a governador do
Estado. Lourival Fontes não teve, contudo, participação na campanha e aderindo
ao movimento militar de março de 1964 assumiu a presidência do Conselho
Administrativo da Defesa Econômica – CADE, e morreria em 7 de março de 1967, no
Rio de Janeiro, aos 69 anos.
Lourival Fontes foi um dos homens mais importantes do País,
nos dois períodos de Governo de Getúlio Vargas (1930-1945 e 1951-1954) como
diretor do DIP e como Chefe da Casa Civil, mas poucas marcas deixou em favor de
sua terra natal, onde exerceu o único mandato eletivo de senador por 8 anos.
Intelectual, casado com a escritora Adalgisa Nery, escreveu
“A Face final de Vargas- Os bilhetes de Getúlio” (Rio de Janeiro: O Cruzeiro,
1966), “Homens e Multidões” (Rio de Janeiro: José Olimpio Editora, 1961); “Uma
política de preconceitos” (Rio de Janeiro: José Olimpio Editora, 1957);
“Política, petróleo e população” (José Olimpio Editora, 1958) e “Discursos aos
surdos”, livro de 1955. Quatro dos cinco livros publicados saíram durante seu
mandato de senador por Sergipe.
Foto e texto reproduzidos do site enciclopedianordeste.com.br
Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 13 de Julho de 2012.
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