segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe


Registro para arquivo: Evento no IHGSE em 2014.

O IHGSE e o Congresso Sergipano de História (28/10/2014).

Magno Francisco de Jesus Santos. 
Editor da Revista do IHGSE e Doutorando em História – UFF. E-mail: magnohistória@gmail.com

O IHGSE e o Congresso Sergipano de História.

Fundado nos idos de 1912, o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe desde os primeiros momentos teve como um dos seus principais propósitos o fomento e a difusão da pesquisa histórica estadual. A instituição que ficaria conhecida entre seus conterrâneos como a “Casa de Sergipe”, ao longo de sua primeira centúria honrou esse pomposo distintivo, ao se tornar o abrigo dos intelectuais preocupados em interpretar o passado de seu torrão natal. Como determinava o capítulo 3º do seu estatuto, os fins do sodalício eram "promover o estudo, animar o desenvolvimento intelectual e cívico do povo sergipano, o conhecimento da geografia e da história em todos os seus ramos e aplicações à vida social" (DÓRIA, 1962, p. 4).

Ao partir desses princípios, a “Casa de Sergipe” contribuiu para a edificação da pesquisa história em todas as fases. Primeiramente, ao agregar os intelectuais preocupados com o estudo do passado local. A trajetória centenária dessa Casa é permeada pela presença e pelos embates de alguns dos principais nomes da historiografia sergipana. É Casa da escrita da história. Como bem salientou Freire Ribeiro, "este Instituto é o trôno, o abrigo, a canção e o poema, dos grandes sergipanos que aqui encontraram a eternidade merecida!"

Nesse abrigo, os historiadores da terra puderam encontrar o esteio para tornar possível a investigação sobre o passado sergipano. O IHGSE é o lugar da memória na acepção de Pierre Nora. É o lugar da memória sergipana, no qual é possível encontrar a matéria-prima das inquietudes historiográficas, as fontes para a construção do conhecimento acerca do passado, ou como elucidou Marc Bloch, as "pistas de uma evocação ao conhecimento indireto do passado” (BLOCH, 2001, p. 69). O IHGSE abriga alguns dos mais importantes documentos do passado sergipano em diferentes âmbitos. São registros valiosos e muitos ainda desconhecidos pelos pesquisadores. De acordo com as palavras proferidas nos idos dos anos 80 pela professora Beatriz Góis Dantas, são as "preciosidades da Casa de Sergipe". São preciosidades que reavivam a pesquisa e renovam o olhar sobre o passado local.

Outro campo de ação do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe na promoção da pesquisa histórica ocorreu com a publicação de sua revista. Criada em 1913, a Revista do IHGSE é o principal periódico da área de história no estado e ao longo do tempo tornou-se um relicário de alguns dos textos basilares da historiografia sergipana, ao publicar a produção de intelectuais como Carvalho Lima Júnior, Manoel dos Passos de Oliveira Telles, José Calasans, Maria Thetis Nunes, Ibarê Dantas e Terezinha Oliva.

Contudo, o fomento à investigação histórica no estado não estaria completa sem a promoção de um evento acadêmico. Pensando nisso, o então jovem pesquisador das coisas passadas de Sergipe, José Calasans, intencionou organizar o I Congresso Sergipano de História em maio de 1943. Após longas discussões de planejamento, divulgação na imprensa e reflexão sobre a extensa programação, o evento foi adiado e, posteriormente, cancelado. O sonho de Calasans adormecia, para somente ser retomado em 2008, na prolífera gestão de Ibarê Dantas.

Assim, finalmente em 2008 era realizado o I Congresso Sergipano de História, concretizado a partir de uma frutífera parceria entre o IHGSE e a ANPUH-SE. O evento foi marcado pela articulação entre diferentes instituições científicas e culturais, revelando uma das características centrais do IHGSE e da ANPUH/SE em construir o enlace entre pesquisadores e professores de História no estado.

Nesse ano, seguindo as recomendações da ANPUH Nacional, o IV Congresso Sergipano de História e Encontro Estadual de História da APUNH/SE, tem como tema o cinqüentenário do Golpe de 1964. Trata-se de um momento oportuno para debater, problematizar e engajar-se na compreensão acerca da trama da memória sobre a ditadura civil-militar no país. Nessa nova edição, os números do evento mostram a sua consolidação. Ao todo, são quase quinhentos inscritos, com 24 propostas de simpósios temáticos e 191 comunicações aprovadas.

Assim, o IV Congresso Sergipano de História mostra-se produtivo, permeado de discussões que contribuem para a consolidação da pesquisa histórica. Sejam bem vindos a Casa de Sergipe!

Fonte: site ihgse.org.br

Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 25 de janeiro de 2015.

Nenhum comentário:

Postar um comentário