Registro para arquivo: Evento no IHGSE em 2014.
O IHGSE e o Congresso Sergipano de História (28/10/2014).
Magno Francisco de Jesus Santos.
Editor da Revista do IHGSE e Doutorando em História – UFF.
E-mail: magnohistória@gmail.com
O IHGSE e o Congresso Sergipano de História.
Fundado nos idos de 1912, o Instituto Histórico e Geográfico
de Sergipe desde os primeiros momentos teve como um dos seus principais
propósitos o fomento e a difusão da pesquisa histórica estadual. A instituição
que ficaria conhecida entre seus conterrâneos como a “Casa de Sergipe”, ao
longo de sua primeira centúria honrou esse pomposo distintivo, ao se tornar o
abrigo dos intelectuais preocupados em interpretar o passado de seu torrão
natal. Como determinava o capítulo 3º do seu estatuto, os fins do sodalício
eram "promover o estudo, animar o desenvolvimento intelectual e cívico do
povo sergipano, o conhecimento da geografia e da história em todos os seus
ramos e aplicações à vida social" (DÓRIA, 1962, p. 4).
Ao partir desses princípios, a “Casa de Sergipe” contribuiu
para a edificação da pesquisa história em todas as fases. Primeiramente, ao
agregar os intelectuais preocupados com o estudo do passado local. A trajetória
centenária dessa Casa é permeada pela presença e pelos embates de alguns dos
principais nomes da historiografia sergipana. É Casa da escrita da história.
Como bem salientou Freire Ribeiro, "este Instituto é o trôno, o abrigo, a
canção e o poema, dos grandes sergipanos que aqui encontraram a eternidade
merecida!"
Nesse abrigo, os historiadores da terra puderam encontrar o
esteio para tornar possível a investigação sobre o passado sergipano. O IHGSE é
o lugar da memória na acepção de Pierre Nora. É o lugar da memória sergipana,
no qual é possível encontrar a matéria-prima das inquietudes historiográficas,
as fontes para a construção do conhecimento acerca do passado, ou como elucidou
Marc Bloch, as "pistas de uma evocação ao conhecimento indireto do
passado” (BLOCH, 2001, p. 69). O IHGSE abriga alguns dos mais importantes
documentos do passado sergipano em diferentes âmbitos. São registros valiosos e
muitos ainda desconhecidos pelos pesquisadores. De acordo com as palavras
proferidas nos idos dos anos 80 pela professora Beatriz Góis Dantas, são as
"preciosidades da Casa de Sergipe". São preciosidades que reavivam a
pesquisa e renovam o olhar sobre o passado local.
Outro campo de ação do Instituto Histórico e Geográfico de
Sergipe na promoção da pesquisa histórica ocorreu com a publicação de sua
revista. Criada em 1913, a Revista do IHGSE é o principal periódico da área de
história no estado e ao longo do tempo tornou-se um relicário de alguns dos
textos basilares da historiografia sergipana, ao publicar a produção de
intelectuais como Carvalho Lima Júnior, Manoel dos Passos de Oliveira Telles,
José Calasans, Maria Thetis Nunes, Ibarê Dantas e Terezinha Oliva.
Contudo, o fomento à investigação histórica no estado não
estaria completa sem a promoção de um evento acadêmico. Pensando nisso, o então
jovem pesquisador das coisas passadas de Sergipe, José Calasans, intencionou
organizar o I Congresso Sergipano de História em maio de 1943. Após longas
discussões de planejamento, divulgação na imprensa e reflexão sobre a extensa
programação, o evento foi adiado e, posteriormente, cancelado. O sonho de
Calasans adormecia, para somente ser retomado em 2008, na prolífera gestão de
Ibarê Dantas.
Assim, finalmente em 2008 era realizado o I Congresso
Sergipano de História, concretizado a partir de uma frutífera parceria entre o
IHGSE e a ANPUH-SE. O evento foi marcado pela articulação entre diferentes
instituições científicas e culturais, revelando uma das características
centrais do IHGSE e da ANPUH/SE em construir o enlace entre pesquisadores e
professores de História no estado.
Nesse ano, seguindo as recomendações da ANPUH Nacional, o IV
Congresso Sergipano de História e Encontro Estadual de História da APUNH/SE,
tem como tema o cinqüentenário do Golpe de 1964. Trata-se de um momento
oportuno para debater, problematizar e engajar-se na compreensão acerca da
trama da memória sobre a ditadura civil-militar no país. Nessa nova edição, os
números do evento mostram a sua consolidação. Ao todo, são quase quinhentos
inscritos, com 24 propostas de simpósios temáticos e 191 comunicações
aprovadas.
Assim, o IV Congresso Sergipano de História mostra-se
produtivo, permeado de discussões que contribuem para a consolidação da
pesquisa histórica. Sejam bem vindos a Casa de Sergipe!
Fonte: site ihgse.org.br
Postagem originária da página do Facebook/MTéSERGIPE, de 25 de janeiro de 2015.
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