Luiz
Antonio Barreto (1944 -2012).
Se não bastar tudo o que já se
disse sobre Luiz Antonio Barreto, para que se imortalize sua invejável teimosia
intelectual na defesa da cultura sergipana e na persistência da sergipanidade,
diga-se a favor dele que era um companheiro de fidelidade inconteste, um
parceiro de profícuos bate-papos em roda de amigos, um sujeito perspicaz e bem
humorado, elegantemente mordaz e carinhoso com todos nós, os distinguidos com a
deferência de acolitá-lo na vida social.
Sim. Era natural nele estabelecer
um Cenáculo em torno de si e das suas idéias, onde os circunstantes comungassem
o pão da sua inteligência privilegiada. Nos últimos tempos fui um pretenso
discípulo seu, com tal dedicação que, certamente, já estava perto de me
inscrever entre os seus privilegiados amigos do coração. Agora eu já o sou,
alçado pela dimensão de vazio que sua ausência causa ao meu dia a dia.
No cafezinho do Shopping, onde
ultimamente comandava uma mesa avantajada de admiradores, Luiz exercia a
plenitude do seu gênio contando piadas, resvalando o olho de macho satisfeito
com a mulher que, em casa, amava muito, com a espiadela incontrolável aos rabos
de saia que passavam. Gostava de pulha, um costume lagartense que o conservou
menino e, embora nunca verbalizasse por elegância e respeito, conservou-se
refratário às conquistas afetivas da modernidade, embora minha presença entre
os seus negasse qualquer intransigência.
Luiz, guarde-me uma cadeira no
cafezinho do céu.
Amaral Cavalcante
Postagem original na página do Facebook em 21 de Maio de 2012.
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