Publicado originalmente no blog Em Pauta UFS, em 13/12/2010.
Jairo Andrade ou Velho Jairo.
Por Antonio Gonçalves.
Jairo de Araújo Andrade, ou apenas Jairo Andrade, também
responde pelo nome de “Velho Jairo”, como é conhecido entre os amigos. Nascido
em Santo Antonio de Jesus (BA), em 1934, teve cinco filhos. Chegou em Sergipe à
passeio em 1969, ocasião em que encontrou o então médico Nestor Piva. Este o
convidou para trabalhar na Universidade Federal de Sergipe (UFS), recém
fundada, e que necessitava de um fotógrafo para ajudar na realização de exames
da Faculdade de Medicina.
Antes de sua chegada à Sergipe, trabalhava na Universidade
de São Paulo (USP), quando já participava de movimentos de resistência ao
regime militar. Chegando em Sergipe ficou um pouco afastado do movimento por
não conhecer ninguém. Porém, em 1974, resolveu voltar a estudar. Passou no
vestibular de História e no curso conheceu pessoas que naquele momento estavam
iniciando alguma atividade de resistência ao regime militar, lutando pela
redemocratização do país.
Por ser o mais idoso da turma, recebeu o carinhoso apelido
de “Velho Jairo”. Com o passar do tempo, se integrava cada vez mais com os
colegas, ampliando seu círculo de amizades, principalmente nas “farras” que
participava junto com os estudantes jovens da UFS, que na época, poderiam ser
chamados de seus filhos. Remonta desse período grandes amizades que perduram
até hoje.
Rui Belém, Mestre em história pela UFS, atualmente
Pró-Reitor de Extensão da mesma instituição, amigo e colega de universidade em
1974, relata: ”Desde aquela época sempre estivemos juntos em lutas constantes,
em bares, em movimentos sociais e políticos. Jairo sempre foi atuante, sempre
perseguiu a idéia e o compromisso com a transformação social de Sergipe, do
Brasil e do mundo. Jairo sempre foi uma pessoa que dizia que a sociedade
brasileira precisava ser modificada visando à igualdade social e a democracia”,
diz.
O amigo continua o relato: “O Jairo sempre teve essa utopia,
sempre foi atuante. Participou de várias ações na organização do Partido dos
Trabalhadores desde o primeiro momento. Teve o papel dele, um papel
preponderante que era o de fotógrafo do partido. O Velho Jairo é um artista da
fotografia. Quando dos movimentos sociais e políticos ele sempre carregava a
sua máquina, que era o instrumento que ele utilizava para documentar todos os
passos de criação do PT e também dos outros movimentos que aconteciam naquela
época, a exemplo do movimento estudantil”.
Como fotógrafo da UFS, registrou momentos marcantes dos
primeiros Festivais de Artes de São Cristóvão (FASCs). Nos encontros e eventos
em que os amigos participavam, levava sempre a sua máquina fotográfica. Por
isso, pode-se afirmar que talvez seja o fotógrafo sergipano, afinal, há muito
ele deixou de ser baiano para ser um verdadeiro e grande sergipano, que mais
tenha registrado a história de resistência ao regime militar, a fundação do
Partido dos Trabalhadores (PT) e os movimentos sociais de reivindicações.
Texto e imagem reproduzidos do blog:
empautaufs.wordpress.com
Postagem originária do Facebook/GrupoMTéSERGIPE, de 10 de agosto de 2016.
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