quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Quem Amaria o Cacique Chá?

Painéis pintados por Jenner Augusto no Cacique Chá. Foto: Jornal "Gazeta de Sergipe" nr. 5.956 - 18/02/1978. Reproduzida aqui do blog: aracajuantigga.blogspot.com.br  
 De: José de Oliveira B. Filho.

Publicado originalmente em 22 de janeiro de 2008.
no site: destaquenoticias.com.br
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Quem Amaria o Cacique Chá?

"Morte! aos prefeitos, cuja carapaça lhes impede a percepção das paisagens impregnadas do passado das cidades que eles desgovernam." (Pedro Nava, Baú de ossos)

Jeová Santana*

Antes do raiar do ano 2000, a propósito de comemorar uma temporada fora de Aracaju devido a umas aprendizagens, reuni meia dúzia de amigos e amigas naquele que, alguns anos antes, fora a melhor referência etílico-culinária no centro da cidade. Naquela tarde-noite, porém, percebêramos que ele já não tinha mais o fausto que colorira várias gerações, inclusive a nossa.

Já sem a leva de folclóricos garçons que lhes davam um toque todo especial, o Cacique Chá absorvera uma das novas da "mudernidade": comida a quilo. Outra também logo se fez presente: pagode ao vivo. Se houvesse sobrevivido àquela etapa, certamente hoje estaria sendo contemplado com outra prática ruidosa: televisão, em tudo quanto é canto, com dvd´s de bandas que tocam a música mais esquisita de todas as eras. No maior volume, é claro, para obrigar os clientes a falarem aos berros.

Mas apesar dessas dores, sintoma do inevitável sinal dos tempos, nenhuma é maior do que ver aquele reduto, onde ecoam as vozes de tantos personagens inesquecíveis, totalmente entregue às baratas, aos cupins, aos ratos e outros cupinchas rastejantes.

Esperava-se que o fato de em suas paredes existirem os traços de Jenner Augusto (1924-2003), criador de telas que alçaram vôos além do rio do Sal, sensibilizasse a quem de direito. Os traços de Jenner, pintados em 1949, nos quais são perceptíveis as influências portinarianas, estão lá sofrendo os efeitos, lembrando Drummond (1902-1987), da "mão pesada" do tempo.

Abro a lente da memória e vejo um ilustre freguês: o poeta Alberto Carvalho (1932-2002) que ali teve mesa e cadeira cativas anos a fio, como integrante de uma espécie de Confraria, na qual figuravam eminências da cena local: Silvério Fontes, Leopoldo Souza, Guido Azevedo, Fernando Porto, Fernando Nunes, entre outros. Segundo me relatou o jornalista Célio Nunes, o seleto grupo tinha direito a lugar marcado na parte interna, hora para chegar, mas não para sair. Depois que o tempo e a "indesejada das gentes" arrefeceram os encontros, o poeta passou a ocupar uma das mesas no oitão do lado direito de quem entra.

Soa como uma sacada profética sua "Balada do ‘Bar Cacique'" (adaptação da "Balada do Belas-Artes", de José Paulo Paes), na qual se nota a tristeza diante da possibilidade de um dia ver fechado o cantinho que o acolheu tantas horas. Sem ele, os amigos não teriam mais lugar para a arte de jogar conversar fora: "Talvez porque já não tenham / (adeus Aracaju adeus) / mais razão de encontrar-se / mais nada a dizer." O poema, do livro Leornardo, Benini e outros poemas (Aracaju: ACÊ, 1999) é ilustrado com a imagem de certo San Martim Porres (1575-1639), santo peruano. Um nome tão sugestivo não escapou à verve do ilustre itabaianese, que transformou o irmão latino em orago da "Comunidade Solidária dos Bebuns do Cacique".

Aliás, o Cacique Chá está entre os espaços que já tiveram função na vida da cidade e hoje estão às quedas, tais como o Hidroviário Jackson de Figueiredo, os prédios onde funcionaram a Delegacia da Receita Federal, na praça General Valadão, e a Secretaria da Educação, na Ivo do Prado. Hoje simples "fábricas de morcego" (imagem do cordelista João Firmino Cabral).

Como alento, vejo que foi descartada a idéia de implodir o Hotel Palace, pois vi dois operários num andaime pingente a semana passada. Numa lojinha do térreo tive acesso à data de sua inauguração: 24.06.1962. A placa está atrás de bolsas femininas. Estas foram gentilmente retiradas pela moça do caixa para atender minha febre repentina de pesquisador. Reza a lenda que foi em um dos seus quartos que Caetano Veloso compôs, em 1979, a letra de "Aracaju" , em parceria com Vinicius Cantuária e Tomás Improta, para o disco Cinema transcendental.

Talvez tudo isso seja reflexo de um equívoco: a propalada reforma do Centro Histórico nos anos 90, deixou de lado um componente importante: é preciso reocupar com cultura os espaços antes ociosos. Nesse sentido, sem cinemas, teatros, bibliotecas, livrarias, casas para espetáculos musicais, bares bacanas, e outros quejandos, o "Centro" tornou-se um mero lugar de passagem. A única alternativa fica por conta da "Rua da Cultura", levada ao ar, às segundas-feiras, naquelas condições precaríssimas em que ficam os Mercados Thales Ferraz e Antônio Franco à noite.

Como essas mal-traçadas serão lidas por meia dúzias de leitores, fica aqui o desejo de que um dia a dívida do Cacique, que segundo um ex-garçom seria o principal empecilho para sua continuidade, seja negociada junto a outro imbróglio: terreno da Prefeitura, prédio do Estado.

Afinal, a geração que chegou ao poder tem representantes que freqüentaram aquele "pedacinho de Europa" no parque Teófilo Dantas. Tem condições de se mostrar mais sensível do que o rol de mandarins que mandou em nossos destinos por décadas e décadas. "O bar mais democrático do mundo", na opinião do professor Vasco Garcia, merece função melhor do que virar receptáculo de entulho. É preciso entender que nem só do bairro Jardins pode viver essa minha Aracaju dos meus amores e desamores.

No mais, é esperar que a epígrafe do nosso "Marcel Proust (1871-1922) dos trópicos", o memorialista Pedro Nava (1903-1984), seja apenas isso, uma epígrafe, e não se torne uma carapuça, já que foi retirada de outro contexto: a fúria da administração municipal contra fícus e palmeiras-imperiais na Belo Horizonte do início do século XX.

O bar e restaurante Cacique Chá faz jus a uma destinação mais luminosa na cidade que tem a rua mais bonita do mundo, na minha modesta opinião. É preciso acreditar que "ali dentro Aracaju / parece até paris" é mais do que um verso na lírica do poeta/prosador que o homenageou com balada e tudo. Conheço até quem queira tomar conta de tão nobre referência.

Além disso, os garçons "Cabeção - o embriagador de pessoas", "Meu Jovem - também conhecido por Bisquí", "Gugu", "Ator", "Seu Álvaro", etc., não podem se tornar apenas meros personagens para a pena deste aprendiz de escritor. Ele, assim como Manuel Bandeira, (1886-1968), vê mais uma vez: "(Todas as manhãs o aeroporto em frente me dando lições de partir.)" Mas seu lugar é aqui.

* Professor e contista. Atualmente é doutorando no Programa de Estudos Pós-Graduados em Educação: História, Política, Sociedade da PUC/SP.

Texto reproduzido do site: destaquenoticias.com.br

Painéis pintados por Jenner Augusto no Cacique Chá.
Foto: Jornal "Gazeta de Sergipe" nr. 5.956 - 18/02/1978.
Reproduzida aqui do blog: aracajuantigga.blogspot.com.br
De: José de Oliveira B. Filho.

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 30 de janeiro de 2013.

Relicário poético de Epifânio Dória - Da mocidade à velhice

Editora Diário Oficial lança Relicário poético de Epifânio Dória - Da mocidade à velhice

A Editora Diário Oficial lançou no dia 4 de janeiro, na Biblioteca Epifânio Dória, o livro Relicário poético de Epifânio Dória – Da mocidade à velhice. Organizado por José Francisco Menezes, Gizelda Morais e Naná Garcez de Castro Dória, o livro apresenta os escritos, estudos, sonetos, quadras e as correspondências de Epifânio da Fonseca Dória. São mais de oitenta sonetos, dezenas de quadrinhas e de outras formas de versejar.

Pela leitura deste livro é possível perceber a sincera amizade do autor com José Francisco Menezes, que resolveu passar a limpo, datilografar e organizar versos, trovas e sonetos de Epifânio Dória, inicialmente em forma de livreto. Mais tarde, juntamente com Gizelda Morais e Naná Garcez, organizou a obra, reunindo um conjunto de escritos produzidos desde a mocidade.

SOBRE O AUTOR – Epifânio da Fonseca Dória nasceu em 7 de abril de 1884, época em que a poesia era um presente delicado e precioso. Ao longo da sua vida, ele atendeu a diversos pedidos de senhoritas ao escrever em seus álbuns de poesia, e também fez poemas solicitados por amigos para comemorar um aniversário, um nascimento, um batizado, ou para lamentar um falecimento de algum parente.

Texto e foto reproduzidos do site: segrase.se.gov.br
Trecho de reportagem atualizado para publicação por MTéSERGIPE.

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 29 de Janeiro de 2013.

Culinária Sergipana é Patrimônio Cultural



Culinária Sergipana é Patrimônio Cultural
Publicado por "Contexto Online" em 2011.
Por Isabelle Marques

A culinária sergipana é uma das mais variadas do Brasil. Recebe influência de outras culturas e, por isso, é uma mistura de ingredientes que atrai os turistas e a própria gente da terra. De um canto tranquilo da cidade é possível escutar o rapaz na bicicleta entoando "olha o sarôio, beiju molhado e pé-de-moleque", são as comidas típicas de Sergipe, um misto de culinária indígena e africana. E se tem festas juninas certamente elas estarão compondo as mesas dos nordestinos.

Mas agora, o beiju de tapioca, o beiju macasado, a queijada, o doce de pimenta do reino, o beiju sarôio, o manauê, a bolachinha de goma e o amendoim verde cozido tão famosos em Sergipe são mais do que simplesmente comidas típicas do povo sergipano, viraram patrimônio do Estado.

Pensar em um prato típico da região é pensar em seu povo. Cada prato tem a ver com a cultura de seu lugar de origem. Todos que visitam uma terra querem ter sabores para provar e histórias para levar na bagagem. Transformar pratos típicos em patrimônio imaterial é padronizar seu modo de fazer e seus ingredientes, é transformar a culinária local em história e cultura a ser transmitida a quem vem depois.

O reconhecimento veio através de aprovação unânime do parecer do Conselho de Cultura, que teve como relatora dos processos na Câmara de Ciências e Patrimônio Histórico e Artístico,a conselheira Ana Maria Medina.

De acordo com o professor Fernando Soutelo, a recomendação de registro do Conselho foi aprovada e encaminhada à Secretaria de Estado da Cultura para as providências decorrentes da decisão do Colegiado. Por despacho da Secretária Eloísa Galdino acolheu a decisão do CEC. “Entendemos que havia necessidade do reconhecimento ser aprovado por decreto do Governador do Estado. Portanto, a Secretaria da Cultura encaminhou os processos para a Secretaria de Estado de Governo para lavratura dos decretos a serem assinados pelo Governador do Estado”, explica Soutelo. A prefeitura, através de lei municipal também reconhece os pratos como como Patrimônio Cultural Imaterial, de acordo com as leis municipais aprovadas.

Segundo o presidente da Confederação Nacional de Artesãos – Constriart, José Luiz Passos, o documento foi aprovado pelo Governador Marcelo Déda e publicado no Diário Oficial do Estado de Sergipe do dia 14/06/2011. Foi de Luis Passos, a iniciativa. Para ele, a ação significa o resgate do valor cultural e da dignidade das pessoas de baixa renda que trabalham vendendo e produzindo esses pratos. “Os valores culturais de uma boa alimentação são incalculáveis”, comenta.

Para Soutelo, aprovar esses pratos como culinária sergipana é reconhecer o próprio sergipano, é mostrar-lhe quem ele é para si próprio e para os que ainda o desconhecem. “É uma forma de o sergipano reconhecer a sua cara”, conclui.

Fotos: Maria Odília
Edição: Samara.

Texto e fotos reproduzidas do blog: jornal-contexto.blogspot.com.br

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 30 de Janeiro de 2013.

O Cacique Chá

Foto: Boite Cacique - Casais dançando - extraída do livro: 
MELINS, Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi. 3 ed. Aracaju: Unit, 2007. 
Reproduzida do blog aracajuantigga.blogspot.com.br de José de Oliveira B. Filho.

O Cacique Chá
Por Amaral Cavalcante – dezembro/2008.


No auge, lá pela década de cinquenta, conta-se que reunia a nata ao embalo dos foxtrox’s da pianista Maria Olivia e das guarânias do boêmio Antonio Teles. Senhoras de fina estirpe com seus vestidões em seda brocada tilintavam berloques na pista, torturadas pelo aperto nas cintas que lhes arrochavam as cinturas, moldando-lhes o corpinho “violão”.

Dançava-se, sim, mas com muito respeito e velada sonsidão. Afinal, os “picad’aço” mais proeminentes da cidade estavam ali cumprindo funções familiares com prazo combinado até as 11 horas, porque, depois disso, era no Cabaré Mira Mar que lhes esperava a esbórnia, a mesa reservada com putas novas trazidas de Ilhéus, ou mesmo de Jeremoabo. Também era lá que se podia assistir a um bailado tirado a Moulin Rouge e skets teatrais com muita sacanagem, montados por Tonho do Mira, o proprietário. Lá, a coisa era mais, digamos, cultural.

Quando o alcancei, já na década de sessenta, o “Cacique Chá” ainda era um templo. Rodeado de córrego artificial e bela vegetação, ostentava no frontispício da entrada e ao cimo das paredes internas, a arte portinaresca do pintor Jéner Augusto, lagartense que se mandara logo cedo em busca de merecida glória na Bahia. E não era só por isso: o bom gosto das mesas, o patamar do piano, os garçons de libré com elegantes mesuras e o respeitável dono, Seu Freitas, de pouca conversa e nenhum sorriso, sempre por trás da registradora - uma engenhoca em floreado art-déco - barulhenta e linda. Seu Freitas, uma figura! Contam que uma noite, saco cheio de esperar saideira de bêbado, trancou a registradora e entregou as chaves do bar aos reticentes fregueses: - “Quando vocês acabarem, fechem a casa”, e se foi resmungando.

Mas o Cacique já tinha perdido o charme antigo. Agora, suas atrações eram uma caprichada galinha-ao-molho-pardo servida com arroz soltinho e farofa, e a esfuziante diversidade de malucos e gente “quase bem” que o freqüentava. Ao lado da mesa ocupada pelo pintor Françoá Hold, que lá gastava com raffinées de nobreza (em vinhos e zenebras importadas) o que ganhara com a venda de santos surrupiados de altares interioranos, estava a mesa cativa do MDB, onde só sentavam diplomados parlamentares e autoridades que tais. Eu mesmo nunca me cheguei, mas esticava o ouvido que não era besta! Muita esperteza ganhei ouvindo as perorações de Jaime Araújo, um respeitável advogado, ex-deputado, baixinho de careca luzidia, emedebista de primeira água e sergipano de lei.

Recentemente, passei no Cacique Chá.
Está acabado.

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 29 de Janeiro de 2013.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Sergipe: Geografia, História, Economia, Sociedade e Cultura

Sergipe: Geografia, História, Economia, Sociedade e Cultura Sergipana.

Menor estado do Brasil, Sergipe é também um dos maiores produtores e exportadores de petróleo e de laranja do país. O litoral do estado, com paisagens naturais intocadas, e as cidades históricas tombadas pelo patrimônio são importante pólo de atração turística da região Nordeste.
O estado de Sergipe (em tupi, "rio dos siris") ocupa uma superfície de 22.050km2. Limita-se a leste com o oceano Atlântico, ao norte com Alagoas e a oeste e ao sul com a Bahia. A costa sergipana se estende por 163km, da foz do rio São Francisco até à do rio Real. Sua capital é Aracaju.

Geografia física

Relevo. Sergipe tem relevo baixo e regular: cerca de 86% do território está abaixo de 300m de altitude. Três unidades compõem o quadro morfológico: os tabuleiros sedimentares, o pediplano e a planície aluvial do São Francisco. Os tabuleiros sedimentares são um conjunto de baixas elevações, com forma de mesa, separadas por vales de fundo chato, onde se desenvolvem amplas várzeas. Ao contrário dos demais estados nordestinos situados ao norte, a faixa dos tabuleiros, em Sergipe, estende-se até o centro do estado. O pediplano domina toda a porção ocidental do estado, com uma topografia regular ou ligeiramente ondulada, em meio à qual despontam picos isolados (inselbergs). A planície aluvial do São Francisco estende-se ao longo da divisa com Alagoas e termina, no litoral, em grande formação deltaica.

Clima. Registram-se em Sergipe dois tipos climáticos: o clima quente e úmido com chuvas de outono-inverno (As') e o clima semi-árido quente (BSh). O primeiro domina a parte oriental do estado, com temperatura média anual de 20°C e pluviosidade superior a 1.400mm anuais. O clima BSh caracteriza todo o interior de Sergipe, com temperaturas igualmente elevadas e pluviosidade bastante reduzida (800mm anuais).

Vegetação. A cobertura vegetal, hoje grandemente modificada pela ação do homem, compreende a floresta tropical, o agreste e a caatinga. A floresta tropical revestia a fachada oriental, à qual emprestou o nome de zona da mata. O agreste, vegetação florestal de transição para um clima mais seco, recobre o centro do estado. A caatinga desenvolve-se na porção ocidental.

Hidrografia. Os rios do território sergipano pertencem a duas bacias hidrográficas: a do São Francisco e a do Nordeste. Só a primeira apresenta bom potencial hidráulico. A segunda é formada por rios de baixada, dos quais os quatro principais são o rio Real, o Piauí, o Vaza-Barris, que banha a capital, e o Sergipe. Todos desembocam no oceano Atlântico em amplos estuários e permitem a navegação a embarcações de pequeno calado.

População

Os habitantes do estado se concentram na zona da mata e no agreste. Mais de metade da população vive em centros urbanos. Além da capital, as maiores cidades são Lagarto, Itabaiana, Estância, São Cristóvão, Tobias Barreto, Simão Dias e Propriá. O território estadual está no limite das zonas de influência das cidades de Salvador e Recife. Aracaju, além de capital político-administrativa, é o centro econômico do estado. Sua ação se faz sentir em toda a área estadual.

Economia

Agricultura e pecuária. Os principais produtos agrícolas do estado são a laranja, cultura de exportação própria do agreste; a cana-de-açúcar, cultivada tradicionalmente na zona da mata; a mandioca, que, cultivada sobretudo no agreste, embora apareça dispersa em outras regiões, se destina ao consumo local das populações rurais; e o coco-da-baía, de que Sergipe é um dos maiores produtores nacionais. São importantes ainda as culturas de feijão e milho e, em menor escala, as de arroz, algodão arbóreo (principal produto do sertão) e fumo.

Para enfrentar o problema da seca, o governo investiu no desenvolvimento das pequenas propriedades rurais, que têm papel fundamental na produção de alimentos, e implantou sistemas conjugados de adutoras, barragens, açudes, poços, cacimbas e cisternas, além de difundir culturas, lavouras e animais resistentes à seca. O rebanho estadual tem aumentado bastante. Contribui para esse desenvolvimento a existência de um moderno frigorífico na capital. A pecuária tem-se ampliado tanto no agreste como nos vales do litoral e nas áreas sertanejas.

Indústria e mineração. A atividade industrial concentra-se em Aracaju (produtos alimentícios, têxteis e beneficiamento de produtos agrícolas). Além da capital, a indústria se faz presente ainda em Estância e São Cristóvão, centros têxteis. Uma fábrica de cimento em Aracaju supre o consumo estadual. Entre as indústrias do setor alimentar, destaca-se a produção de leite de coco e raspas de coco em conserva.

O desenvolvimento de Sergipe foi estimulado pela implantação, a partir da década de 1960, do Distrito Industrial de Aracaju, numa área ligada às principais rodovias. O estado está entre os maiores produtores de petróleo do país. A exploração se faz tanto no continente (campos de Carmópolis, Siririzinho, Riachuelo e outros) como na plataforma continental. Desde 1985, opera no estado a primeira mina de potássio do país. Sergipe conta também com grandes reservas de magnésio, sal-gema e enxofre.

O Pólo Cloroquímico do estado integra as diversas unidades industriais de processamento de matérias-primas minerais, como as reservas de petróleo, gás, potássio, granito, halita, silvinita, carnalita, calcário e enxofre.

Energia e transportes. A energia elétrica é fornecida por termelétricas e hidrelétricas e pela usina de Paulo Afonso, situada no estado da Bahia. Com a inauguração da hidrelétrica de Xingó, na divisa com Alagoas, Sergipe passou a ter maior disponibilidade de energia.

A principal rodovia pavimentada de Sergipe é a BR-101, que corta o território do estado de norte a sul. A estrada de ferro segue traçado aproximado. Ambas cruzam o rio São Francisco pela ponte rodoferroviária que liga Propriá a Porto Real do Colégio, em Alagoas. Em 1986, foi inaugurada a rodovia Juscelino Kubitschek, que atravessa toda a zona semi-árida do estado, ligando Monte Alegre a Canindé do São Francisco. Oito anos depois foi aberta a estrada das Dunas, ou estrada do Coco, rodovia que corta o litoral sul de Sergipe e percorre um verdadeiro paraíso de dunas, coqueirais, lagoas, rios, manguezais e mar.

O porto de Sergipe, um terminal off-shore de propriedade do estado, faz articulação com o Pólo Cloroquímico, a zona de processamento de exportações e os grandes projetos de irrigação, e opera com cargas gerais, além de ser uma peça-chave para expandir o turismo sergipano.
História
Sergipe teve sua colonização iniciada em 1590, quando Cristóvão de Barros, após vencer os índios da região, fundou a cidade de São Cristóvão e concedeu sesmarias a inúmeros de seus companheiros de luta. Inicialmente parte integrante da capitania de Francisco Pereira Coutinho e mais tarde adquirido por D. João III ao herdeiro do donatário, o território sergipano já tinha sido visitado pelos jesuítas, em 1575, época em que o padre Gaspar Lourenço tentou, sem resultado, a catequese dos silvícolas. Pouco depois, o governador-geral D. Luís de Brito e Almeida procurou dominar os índios pelas armas, mas não alcança o sucesso desejado, embora tivesse batido os caciques Seriji, Surubi e Aperipê.

Motivos importantes determinavam o interesse do governo geral pela conquista e povoamento de Sergipe, solução que facilitou as comunicações por terra entre Salvador e Olinda, e afastou os franceses traficantes de pau-brasil, cuja freqüência aos rios Real, Vaza-Barris e Sergipe, onde mantinham bons contatos com os habitantes, representava séria ameaça ao domínio português. Filhos de franceses e tupinambás, alvos e sardos, são lembrados nas primeiras referências sobre o trecho litorâneo que se alarga entre o rio Real e o São Francisco.

Criação de gado. A concessão de sesmarias, iniciada por Cristóvão de Barros e continuada pelos capitães-mores da capitania de Sergipe d'El-Rei -- assim denominada para distinguir de Sergipe do Conde, do Recôncavo Baiano -- fez-se do sul para o norte, estendendo-se pelos vales dos rios Real, Piauí, Vaza-Barris, Cotinguiba, Sergipe, Japaratuba e São Francisco, com predominância, na primeira fase da colonização, da pequena propriedade, destinada às roças de mantimento e à criação de gado.

O gado vacum dominou o território sergipano em pouco tempo. Dos muitos currais ali existentes saíam os bois que seriam abatidos nos currais da Bahia. Chamava-se "estrada da boiada" a que ligava Sergipe à capital da colônia; o baixo São Francisco era conhecido como "rio dos currais". Os ricos de Salvador obtinham terras na nova capitania e para lá mandavam suas cabeças de gado. Até antes da invasão holandesa, Sergipe vivia da pecuária.

Um dos maiores criadores da região, Belchior Dias Moréia, descendente de Caramuru, chamou a atenção das autoridades para as minas de prata que dizia haver encontrado na serra de Itabaiana, nos sertões sergipanos. Deslocaram-se para São Cristóvão, no início do segundo século do povoamento do Brasil, os principais responsáveis pelo governo colonial, que terminaram por verificar o equívoco do mameluco sonhador, a quem prenderam.

Domínio holandês. Em 1637, os holandeses de Maurício de Nassau atravessaram o São Francisco em perseguição às forças de João Vicente São Félix conde de Bagnuolo. A cidade de São Cristóvão foi ocupada e incendiada. Milhares de cabeças de gado foram arrebanhadas pelos invasores e conduzidas para a outra margem do rio. Embora, posteriormente, o governo holandês tivesse planejado a ocupação efetiva do território sergipano, não conseguiu, nesse sentido, nada de importante. Econômica e socialmente, a fase flamenga foi de completa desorganização, em prejuízo do que se havia realizado em cerca de meio século.

Pouco a pouco, quando se operou a reconquista lusitana, o território quase devastado voltou a povoar-se. Nessa época de grande inquietação, com diversos atritos entre os habitantes, eram constantes as reclamações contra a prepotência dos poderosos, além das queixas pelos atentados aos representantes da metrópole. Reinava a indisciplina. Como conseqüência, a capital, no final do século XVII, passou a fazer parte da comarca da Bahia, fato que estaria destinado a repercutir seriamente na formação sergipana, originando as questões de limites entre Sergipe e Bahia, que tantos debates provocaram até o início da república.

Fumo e açúcar. No campo da economia, o período apresenta um ângulo novo na produção local: o surgimento da cultura fumageira. O fumo se tornaria o principal produto de exportação, levado para a Bahia e daí para a África, de onde, em troca, chegariam os negros escravos, esteios da atividade açucareira que se desenvolveu pouco depois.

Embora já no início da colonização, aqui e ali, houvesse plantio de cana e montagem de um ou outro engenho, somente no século XVIII Sergipe tornou-se centro produtor de açúcar, com engenhos nas margens dos rios Piauí e Vaza-Barris, e, principalmente, nos vales do Sergipe e do Cotiguinba, área geoeconômica denominada Cotiguinba. Nas últimas décadas do século, aproximadamente um terço do açúcar exportado pela Bahia era de procedência sergipana.

A prosperidade econômica então verificada serviu para melhorar o clima de tranqüilidade pública. No quadro econômico, social e político, surgiu e ganhou projeção a figura do senhor de engenho, que tanta importância exerceu nos séculos seguintes. Muitos foram os senhores da época, cujos nomes de família, na faixa da aristocracia rural, chegaram aos nossos dias.

No plano religioso, a expulsão dos jesuítas, em 1759, foi o acontecimento de maior significado para a região. Os inacianos possuíam as residências de Tejupeba e Jaboatão e tinham a seu cargo a aldeia indígena do Geru, onde edificaram uma das mais belas igrejas missionárias do interior do Brasil. O papel desempenhado pelos jesuítas passou às mãos dos sacerdotes seculares, quase sempre saídos das casas-grandes, e aos franciscanos e carmelitas, com bons conventos em São Cristóvão.

Emancipação política. No começo do século XIX, com uma população acima de 55.000 habitantes e exportando açúcar, fumo, cereais e couro, Sergipe estava no caminho da completa independência política, que iria consubstanciar-se em 8 de julho de 1820, por carta régia de D. João VI. Inúmeras dificuldades, porém, encontrou o brigadeiro Carlos César Burlamaqui, primeiro governador nomeado, para fazer cumprir a decisão real. Formara-se um partido contrário à emancipação, suficientemente forte para levar à prisão o governador, que foi obrigado a deixar São Cristóvão, onde dominavam os partidários da situação anterior.

Acontecimento de suma importância modificou, em 1822, o quadro político de Sergipe. O general Pedro Labatut, a quem o príncipe regente encarregara de expulsar da Bahia as forças lusitanas, sem condições de desembarcar, velejou para Alagoas, rumando depois para Sergipe, onde não somente obrigou as câmaras municipais a reconhecerem a autoridade de D. Pedro, como fez que se observasse o ato da independência da capitania. Instalou-se um governo provisório, que tinha à frente o governador das armas Guilherme José Nabuco de Araújo.

No primeiro reinado e, sobretudo, durante a regência, a província viveu as mesmas inquietações que perturbavam outros pontos do país. Os anseios liberais e o sentimento nativista manifestaram-se em diferentes oportunidades. O episódio de maior repercussão foi a revolução de Santo Amaro, assim denominada por haver eclodido na vila do mesmo nome. Chefiados pelo comendador Antônio José da Silva Travassos, os "camundongos", alegando fraudes e violências praticadas pelos "rapinas", que eram dirigidos pelo comendador Sebastião Gaspar de Almeida Brito, pegaram em armas contra o situacionismo, que conseguiu dominar o levante.

Mudança da capital. A mudança da capital da província, em 1855, na presidência do bacharel Inácio Joaquim Barbosa, exerceu marcante influência na história de Sergipe. Transferindo de São Cristóvão para Aracaju o centro político-administrativo provincial, o presidente procurava pôr em prática uma velha idéia, que visava a dar à capital sergipana uma posição chave no quadro geoeconômico da província, situando-a num porto de melhores possibilidades do que aquele que servia a São Cristóvão. A nova capital, uma das primeiras cidades do Brasil devidamente planejadas, muito contribuiu para o desenvolvimento de Sergipe a partir da segunda metade do século XIX, embora a medida tivesse sido fortemente criticada pelos habitantes da antiga capital.
No mesmo ano da transferência, Sergipe sofreu os efeitos de uma epidemia de cólera, que assolou a província, com elevado número de vítimas, sobretudo entre os escravos. Decorridos alguns anos, uma segunda epidemia, de conseqüências menos graves, voltou a atingir a população sergipana, causando graves prejuízos ao desenvolvimento da província. Predominava, então, a economia açucareira.

Na década de 1860, como reflexo da guerra de secessão nos Estados Unidos, a cultura algodoeira passou a ter considerável importância na economia da província, embora de modo efêmero. Em 1867-1868, por exemplo, o algodão superou o açúcar nos dados oficiais de exportação, mas o antigo produto não tardou a novamente exercer predominância. Plantado inicialmente nas matas de Itabaiana, o algodão manteve-se durante muitos anos como o segundo produto de Sergipe. Ao lado dos velhos engenhos e de novas usinas, apareceram as fábricas de tecidos espalhadas pelas cidades de Aracaju, Estância, São Cristóvão, Vila Nova (Neópolis), Propriá, Maruim e Riachuelo.

Primeira república. Proclamada a república, a exemplo do que ocorreu em várias unidades do país, os militares passaram a exercer postos executivos e legislativos, o que modificou o quadro da era monárquica, quando as lideranças provinham da área rural, onde senhores de engenho dominavam. Abriu-se, assim, uma perspectiva para a classe média.

Até 1906, ano da morte de monsenhor Olímpio de Sousa Campos, coube a este a liderança política do estado, como representante, segundo a linguagem da época, das forças da oligarquia local. Depois de ter sido presidente de Sergipe de 1899 a 1902, monsenhor Olímpio conseguiu eleger os presidentes dos triênios seguintes: Josino Meneses e Guilherme de Sousa Campos. No período deste último, um movimento chefiado pelo deputado federal Fausto Cardoso derrubou o presidente, logo deposto pela força federal, no cumprimento de ordem emanada do presidente Rodrigues Alves.

No momento da reposição, foi morto o deputado, que havia empolgado grande parte do povo sergipano. A revolta de 1906 dividiu a opinião pública em dois grupos irreconciliáveis (faustistas e olimpistas): os filhos do deputado falecido assassinaram, no Rio de Janeiro, monsenhor Olímpio Campos, acusado no caso do assassinato do chefe do movimento.

Em 1924 e 1926, dois pronunciamentos militares ameaçaram o poder constituído do estado, quando alguns oficiais, solidários com a revolução tenentista, se rebelaram sob a liderança do tenente Augusto Maynard Gomes. Em 13 de julho de 1924, os rebeldes depuseram o presidente Maurício Graco Cardoso, poucos dias depois reposto; numa segunda tentativa de rebelião desses soldados, a própria tropa policial os dominou. O tenente Maynard, faustista histórico, desfrutou de grande popularidade e veio a ser, após a vitória da revolução de 1930, interventor federal em Sergipe, como representante do novo sistema político, pelo qual se batera durante muito tempo. O quatriênio de Maurício Graco Cardoso (1922-1926), embora sofrendo as conseqüências das revoltas mencionadas, caracterizou-se pelas grandes realizações administrativas, com inclusão de uma série de obras públicas, tanto na capital quanto no interior.

Durante a República Velha, firmou-se o prestígio intelectual dos sergipanos no cenário nacional, o que começara a se fazer sentir nos últimos anos da monarquia, com a Escola do Recife, onde pontificaram Tobias Barreto e Sílvio Romero. A circunstância repercutiu na vida política do estado. A representação de Sergipe no plano federal passou a ser disputada por intelectuais de projeção, residentes no Rio de Janeiro, em sua maioria sem raízes partidárias locais, mas apadrinhados por poderosos chefes nacionais, que não raro impunham os nomes de seus afilhados na organização das chapas para a Câmara e para o Senado. Poucas vezes foram recrutados nos meios políticos provincianos os dirigentes do executivo. O senhor de engenho Manuel Correia Dantas, à frente do governo em 1930, foi uma das poucas exceções.
Revolução de 1930. Durante algum tempo após a revolução de 1930, o presidente do estado, eleito pelo voto direto, foi substituído por interventores federais, de livre escolha do chefe do governo provisório da república. Augusto Maynard Gomes permaneceu na interventoria até 1935, ano em que, com a volta do país à normalidade democrática, o estado convocou uma assembléia constituinte e escolheu seu governador.

Poderosa coligação política, formada pelos grupos chefiados por Augusto Leite e Leandro Maynard Maciel, elegeu, em disputado pleito, o médico militar Eronides Ferreira de Carvalho, derrotando o líder do tenentismo sergipano. Dois anos após, com a implantação do Estado Novo, voltou o regime das interventorias. Pessoas da confiança do governo central exerceram a função interventorial até 1945.

A volta do Brasil à democracia foi marcada em Sergipe pelas várias campanhas governamentais que tornaram acirrados os pleitos de 1947 a 1963. A corrente chefiada por Leandro Maynard Maciel, que havia combatido o Estado Novo, vencida nas eleições de 1947 e 1951, alcançou o poder em 1955 e nele se conservou até 1963, quando um antigo leandrista, João de Seixas Dória, derrotou o grupo situacionista. O movimento militar de 1964 apeou do poder o governador vitorioso do ano anterior e ordenou sua substituição pelo vice-governador, Celso Carvalho.

Na época, Sergipe passou a empregar todos os seus esforços na tentativa de superar o subdesenvolvimento que emperrava o estado. O grande objetivo era modificar a velha estrutura agroindustrial da cana-de-açúcar, de forma a alicerçar a economia estadual na exploração do subsolo. Em 1963, jorrou petróleo nos campos de Carmópolis, ao que se seguiram a descoberta e a exploração do óleo na plataforma marítima.

Período contemporâneo. Em 1975, por decreto-lei, um terço do território de Sergipe passou a ser considerado de utilidade pública, para efeito de desapropriação pela Petrobrás. A controvertida medida visou a coibir a especulação imobiliária, que prejudicava o trabalho da empresa na prospecção de petróleo. A faixa considerada de utilidade pública se estende da foz do rio São Francisco até o rio Real, na divisa com a Bahia.

A partir de meados da década de 1980, importantes medidas foram tomadas para desenvolver a economia sergipana. Para tornar o estado auto-suficiente na produção de alimentos, defendendo a agricultura das secas freqüentes e prolongadas, o governo desenvolveu vários projetos de irrigação, como o de Canindé do São Francisco, denominado projeto Califórnia e inaugurado em 1987. Outro projeto dessa natureza foi o platô de Neópolis, iniciado em 1993 numa área na margem direita do rio São Francisco, destinada ao plantio de abacaxi, acerola e manga.

Outros fatores deram importante impulso à economia do estado no início da década de 1990: foram eles a mudança na legislação tributária estadual, para atrair investidores nacionais e estrangeiros, e a inauguração da hidrelétrica de Xingó, do Pólo Cloroquímico do Nordeste e do porto de Sergipe.

Cultura

Entidades culturais. As principais instituições culturais do estado de Sergipe são o Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe, a Sociedade de Cultura Artística de Sergipe, a Academia Sergipana de Letras e a Associação Sergipana de Imprensa, todas na capital.

Os museus de maior importância são o do Instituto Histórico e Geográfico, o de Arte e Tradição e a Pinacoteca do estado, na capital, além do museu do convento de São Francisco, em São Cristóvão, um dos mais ricos museus de arte sacra do Brasil. Entre as bibliotecas, destacam-se a Biblioteca Pública do Estado de Sergipe, a da Universidade Federal de Sergipe, fundada em 1967, e a do Instituto Histórico e Geográfico, todas em Aracaju.

Monumentos. No território sergipano estão localizados diversos monumentos tombados pelo patrimônio histórico: a igreja matriz da Divina Pastora, em Divina Pastora; a antiga residência jesuítica, atual casa da Fazenda Iolanda, e capela anexa, em Itaporanga d'Ajuda; a casa do engenho Retiro e sua capela de Santo Antônio e a igreja de Nossa Senhora da Conceição, na Comendaroba, ambas fundadas pelos jesuítas; a igreja matriz de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, em Nossa Senhora do Socorro; a capela do Engenho da Pedra, em Riachuelo; e a igreja Nossa Senhora do Socorro, em Tomar do Geru.

Outros monumentos estão localizados nas cidades históricas de Laranjeiras -- a matriz do Sagrado Coração de Jesus (século XVIII) e a capela do Engenho Jesus, Maria, José; São Cristóvão -- os sobrados coloniais da praça Getúlio Vargas, a Santa Casa de Misericórdia e sua igreja (1627), a igreja de Nossa Senhora do Rosário (1749) e a igreja matriz de Nossa Senhora da Vitória (século XVII); e Santo Amaro das Brotas -- a igreja matriz de Santo Amaro e a capela de Nossa Senhora da Conceição no Engenho Caieira.
Folclore e turismo. As grandes festas religiosas de Sergipe são, na capital a procissão do Bom Jesus dos Navegantes (procissão fluvial que percorre o estuário do rio Sergipe, em 1º de janeiro); os festejos de Natal, de 25 de dezembro a 6 de janeiro, em que se destaca o tradicional carrossel do "Tobias", um boneco preto que toca um grande realejo; e a de Nossa Senhora da Conceição, em 8 de dezembro. No interior, as principais festas populares são a do Senhor do Bonfim, em Estância, que dura três dias; a de Nossa Senhora da Piedade, em Lagarto, em 8 de setembro; e a dos Passos, em São Cristóvão, na Quaresma. A culinária típica sergipana tem como prato principal a buchada, feita de sangue e miúdos de carneiro.

Aracaju conta com numerosas e belas praias, como Atalaia Velha, Atalaia Nova, Aruana, Mosqueiro, do Robalo, entre outras; um horto florestal e um estádio com capacidade para cerca de cinqüenta mil espectadores, conhecido como "Batistão" (estádio Lourival Batista). As cidades históricas, por seu acervo arquitetônico, são uma das principais atrações turísticas do estado.

Fotos e texto reproduzidos do Blog: geografia.blogspot.com.br

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Fernando de Figueiredo Porto (1911 - 2005).




Publicado originalmente em 30/06/2005 no Blog Luiz Antônio Barreto/Infonet
Foto e texto reproduzidos aqui do site: infonet.com.br/luisantoniobarreto.
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Fernando Porto.

Morreu quinta-feira, dia 29, em São Carlos (SP), o engenheiro e professor Fernando de Figueiredo Porto, nascido em Nossa Senhora das Dores, em 30 de maio de 1911. Ele vivia na cidade paulista em companhia da família do filho Rodrigo desde que perdeu, repentinamente, em Aracaju, o filho Roberto. Fernando Porto, como ficou conhecido em Sergipe, foi um dos mais importantes intérpretes da cidade de Aracaju. Sua definição, geografia, formação e história, e seus livros “A Cidade do Aracaju – 1855-1865”, publicado há exatos 60 anos, e “Alguns Nomes Antigos do Aracaju”, sua mais nova contribuição à cidade, são referências singulares na bibliografia de Sergipe.

Filho de Irineu de Figueiredo Porto e de Laura de Figueiredo Porto, Fernando Porto fez seus estudos em Nossa Senhora das Dores e em Aracaju, profissionalizando-se em Ouro Preto, Minas Gerais, na célebre Escola de Engenharia. Foi intendente de Propriá, por algum tempo, antes de exercer suas atividades profissionais na Prefeitura de Aracaju, desde a gestão de Teófilo Dantas. Nas administrações do governador José Rollemberg Leite (1947-1951 e 1975-1979) foi levado a trabalhar no Estado, ocupando a Diretoria de Obras, no primeiro Governo, e a presidência da Energipe, no segundo Governo. José Rollemberg Leite, que também era professor de Matemática e de Física, foi colega de Fernando Porto na tradicional Escola de Engenharia de Minas.

Com a criação das escolas superiores, no primeiro Governo José Rollemberg Leite, Fernando Porto integrou o corpo docente da Faculdade Católica de Filosofia, ensinando Geografia. Vêem daí as suas pesquisas e os seus importantes estudos sobre a cidade do Aracaju, cuja mudança lhe pareceu “uma vitória da Geografia”, em alusão a topografia da área conhecida como Olaria, no centro da região conhecida como Aracaju, e que tinha no encapelado do Santo Antonio seu principal núcleo populacional. Com a criação da Universidade Federal de Sergipe, em 1967, e a incorporação da FAFI, Fernando Porto passou a compor o quadro de professores da UFS, aposentando-se em 1980, depois de longa, lúcida e rica contribuição cultural.

Ao lado de José Calasans e de Mário Cabral, Fernando Porto foi um dos organizadores da Revista de Aracaju, editada pela Prefeitura Municipal de Aracaju, a partir de 1945 (criada pelo Decreto-Lei 82, de 18 de agosto) e que, por alguns anos, foi a mais completa publicação sergipana ao lado da Revista do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe. No início dos anos 1970, ao lado de Maria Thetis Nunes, José Silvério Leite Fontes, Emanuel Franco e de outros intelectuais, Fernando Porto passou a compor a Diretoria do IHGS, no esforço de salvaguardar a memória recolhida aquela que já foi conhecida como “Casa de Sergipe”, fundada em 1912 por Florentino Menezes e outros agitadores culturais sergipanos. A Revista de Aracaju, que perdeu periodicidade anual, é uma das mais preciosas fontes documentais e críticas da capital e do Estado de Sergipe.

Discreto, amável, crítico, muitas vezes irônico, Fernando Porto casou-se com a professora Núbia Porto, do Jardim de Infância Augusto Maynard, com quem manteve uma longa união. Sua casa da rua de Santa Luzia era freqüentada por seus amigos e admiradores. A morte da mulher causou profunda consternação e tristeza, reduzindo sua presença, sempre ao lado de amigos, em compromissos social. Foi, durante muitos anos, ao lado de Jaime Araújo, Geraldo Sobral, Fernando Barreto Nunes, os irmãos Pacheco, Antonio Góes, João Augusto Gama da Silva e outros, um habituê do Cacique Chá, nas manhãs de sábado.

Com Fernando Barreto Nunes gostava da Lanchonete Luzitânia, do português Abel Gonçalves, na rua de Laranjeiras. Foi a morte do filho Roberto, repentinamente, o mais duro golpe, pois era com o filho que ele morava, em Aracaju. O outro filho, Rodrigo, veio buscá-lo para o convívio da família no interior de São Paulo. Os contatos com Aracaju passaram, então, a ser apenas telefônicos, recebendo o carinho dos amigos e admiradores, como ocorreu no dia 30 de maio, data do seu aniversário.

Humanista, homem de cultura científica, Fernando Porto preencheu uma notável carreira de engenheiro, de professor e de intelectual, honrando a tradição de inteligência e de cultura de Sergipe e dos sergipanos.

Permitida a reprodução desde que citada a fonte "Pesquise - Pesquisa de Sergipe / InfoNet". Contatos, dúvidas ou sugestões de temas: institutotobiasbarreto@infonet.com.br.

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 24 de janeiro de 2013.

Antigo Recorte de Jornal de Arquivo de Eduardo Cabral

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Frei Miguel (1908 - 2013)


Publicado pelo Portal Infonet, em 9 de janeiro de 2013.

Morre aos 104 anos Frei Miguel
Frei Miguel faleceu na madrugada desta quarta-feira,9

A assessoria de comunicação da Arquidiocese de Aracaju confirmou na manhã desta quarta-feira, 9, a morte do Frei Miguel que vinha enfrentando problemas de saúde decorrente da sua idade avançada. O Frei estava com 104 anos.

De acordo com a Arquidiocese o horário do sepultamento ainda não foi definido, mas o velório será realizado na igreja São Judas Tadeu.

Nascido em 30 de outubro de 1908, em Cingoli, na Itália, com o nome de Serafim Césare, ao ordenar-se escolheu o nome de Frei Miguelângelo de Cíngole, mas acabou sendo rebatizado pelos brasileiros como Frei Miguel.

Em 1936 chegou à Bahia e de lá veio para Aracaju, tendo sido vigário nos municípios de Maruim, Santo Amaro, Rosário do Catete e General Maynard. Mas na comunidade do bairro América o Frei Miguel é considerado o pai, protetor, conselheiro, o que acode os mais necessitados, os aflitos, os doentes.

Por Kátia Susanna
Foto: Arquivo Portal Infonet
Foto e texto reproduzidos do site: infonet.com.br

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 9 de janeiro de 2013.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Êxtase do Poeta Clodoaldo de Alencar


Publicado em 21 de junho de 2010
Por Clodoaldo de Alencar Filho
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ÊXTASE
por CLODOALDO DE ALENCAR (Meu pai)

ÊXTASE

Olhas-me, assim, tão dentro da retina,
com tanto afeto, com meiguice tanta,
que o próprio coração se me quebranta
e a alma se eleva à placidez divina.

Que torpor indizível nos domina!
Quanta doçura nos teus olhos!Quanta!
As palavras sucumbem, na garganta,
Como gorjeios de aves em surdina...

O próprio vento, muito de mansinho,
para não perturbar nossa quietude,
oscula-te o cabelo em desalinho...

Sinto, então, meu amor, em tais instantes,
Que o mundo é belo em toda a plenitude,
no milagre dos olhos dos amantes!

Este belo soneto de meu pai sempre me comoveu muito.

Está no seu livro “ ORÓS “

As ilustrações e a capa do livro foram feitas por meu irmão LEONARDO DE ALENCAR e as orelhas pelo meu irmão, e também excelente poeta, HUNALD DE ALENCAR.

A apresentação foi feita por JOSÉ ANDERSON NASCIMENTO, Presidente da ASL - ACADEMIA SERGIPANA DE LETRAS.

Foi uma edição comemorativa do Centenário do ACADÊMICO CLODOALDO DE ALENCAR.

Ele ocupava a Cadeira de número 34 que tem como Patrono Manuel Ladislau de Aranha Dabtas.

O Fundador da Cadeira foi Olegário Ananias Silva. Meu pai o seu sucessor.

CLODOALDO DE ALENCAR nasceu no Quixadá, Ceará, em 2 de agosto de 1903. Era filho de Cláudio Gomes e Maria Gomes de Alencar. Advogado provisionado, jornalista, cronista e, principalmente, POETA.

Descendente direto da heroína Bárbara de Alencar, do Senador José Martiniano de Alencar. Do romancista José de Alencar e de Leonel de Alencar, o Barão de Alencar.

Da família fazia parte o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco. Quando o Marechal era Presidente e veio a Sergipe, José Carlos Teixeira era Deputado Federal e levou meu pai a Palácio.

Meu pai voltou feliz para casa porque teve a oportunidade e relembrar as coisas de infância no Ceará.

Com falecimento de CLODOALDO DE ALENCAR ocorrido em 9 de agosto de 1977, assumiu a vaga a Poetisa e Romancista Núbia Marques, a primeira mulher a entrar em nossa Academia.

CLODOALDO DE ALENCAR foi colaborador dos jornais Correio de Aracaju, Sergipe Jornal, A Estância, A Voz do Povo, O Nordeste e outros.
Veio para Sergipe trazido pelo Presidente do Estado, Dr. Graccho Cardoso. Principais obras: “ “ ARCHOTES “, “ ORÓS “, “ OS MAIS BELOS TROFÉUS DE HERIDA “.

Foi casado com Eurydice Fontes de Alencar, filha do renomado Médico Jessé Fontes. Do casal nasceram os filhos Jessé-Cláudio, Clodoaldo, Luiz Carlos, Iracema ( falecida ), José Geraldo ( falecido ), Leonardo e Hunald.
Com a morte de Núbia Marques, foi eleito para assumir a Cadeira o Filósofo, Jornalista e Escritor Jorge Carvalho do Nascimento.

Texto e foto reproduzidos do clodoaldoalencar.blogspot.com.br
De: Clodoaldo de Alencar Filho.

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 21 de janeiro de 2013.

Assembléia de Sergipe (1913), Revisou a Constituição de 1892

Foto e legenda:  arquivo de Eduardo Cabral

Assembléia de Sergipe de 1913, que revisou a Constituição de 1892: Padre Olímpio Campos (Presidente), Bacharel João de Araujo Lima, Professor Brício Cardoso, Benjamim de Souza Teles, Manuel Francisco de Oliveira, Alexandre Felix de Menezes Júnior, Guilherme Nabuco Maciel, Leandro Ribeiro de Siqueira Maciel Júnior, Domingos Sant`Iago, Joaquim do Prado Sampaio Leite, Sebastião da Fonseca Andrade, Dr. Manuel Batista Itajahy, Mateus de Souza Machado, Rafael Arcanjo Montalvão, Antonio Ludugero de Oliveira Queiroz, Manuel Xavier de Oliveira, Capitão Vicente Ferreira dos Passos, Antonio Augusto Gentil Fortes, Marcolino Ezequiel de Jesus, Farmacêutico Josino Odorico de Menezes, Capitão Messias Ludugero de Oliveira Valadão, Bacharel Gonçalo de Aguiar Botto de Menezes e Alferes Aristides Augusto Vilas Boas!

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 21 de janeiro de 2013.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Palácio-Museu Recebe Doação da Família de Arnaldo Garcez.



Publicação do Palácio-Museu Olímpio Campos (2011), quando do recebimento de parte do Acervo Pessoal do ex-governador Arnaldo Garcez, doado pela sua filha Maria Augusta Garcez. *

Palácio-Museu Olímpio Campos recebe doação da família de Arnaldo Garcez.

No dia 19 de janeiro de 1911, exatamente há cem anos, nascia em Itaporanga D'ajuda, o ex-deputado e ex-governador de Sergipe Arnaldo Rollemberg Garcez. Na semana em que completaria cem anos, o Palácio-Museu Olímpio Campos recebeu a doação de uma parte do acervo pessoal do ex-governador doado pela sua filha Maria Augusta Garcez.

Arnaldo Garcez foi deputado estadual de Sergipe em 1933, assumindo a governadoria do Estado de 1951 a 1955. O acervo doado por Maria Augusta é formado pelos objetos pessoais do ex-governador: uma xícara de louça utilizada por Garcez, o óculos de grau do ex-governador, sua caneta, um castiçal de prata utilizado em seu leito, uma imagem de Nossa Senhora das Graças e mais de uma centena de fotografias pessoais do ex-governador.

Para o secretário da Casa Civil, Oliveira Júnior, "é imensurável o valor dessa doação para o Palácio-Museu Olímpio Campos, recebemos objetos pessoais utilizados pelo ex-governador e fotografias que comprovam a utilização desses objetos. Doações como essa enriquecem o conteúdo da história política do Estado de Sergipe, nos deixou muito felizes", falou Oliveira Júnior.

História de Arnaldo Garcez

Arnaldo Rollemberg Garcez, filho de João Sobral Garcez e de Alzira Barreto Garcez (o nome da família materna era Barreto, mas ganhou o Rollemberg por conta de ter sido amparado, em sua criação, por Adolfo de Faro Rollemberg, do Engenho Escurial), nasceu em Itaporanga (SE) em 19 de janeiro de 1911. Viveu infância típica de menino de engenho, recebendo as primeiras lições da professora Técia Rios, que dava aulas na fazenda Camaçari, completando o curso primário no Grêmio Escolar, de Aracaju (na praça Olimpio Campos, local onde mais tarde foi instalado o Colégio Jackson de Figueiredo), fazendo exames completares no Ateneu.

Orientado pelo seu tio e sogro Silvio Garcez, pai do escritor José Augusto Garcez, Arnaldo Rollemberg Garcez ingressou na política local, filiando-se à União República, partido liderado pelo médico Augusto César Leite.

Em 1945 Arnaldo Rollemberg Garcez filiou-se ao PSD, formando ao lado de Leite Neto, José Rollemberg Leite, e outros influentes políticos da transição entre o regime das Interventorias e a redemocratização do Brasil.

Arnaldo Rollemberg Garcez foi o candidato da coligação PSD-PR na eleição de 1950, vencendo ao candidato da UDN Leandro Maciel, com a pequeníssima vantagem de 22 votos, provocando disputa jurídica nos tribunais eleitorais. No governo, Arnaldo Garcez empenhou-se em realizar obras importantes.
Foi também no seu governo que Sergipe despertou para a exploração dos seus minérios. Em 1954 instalava-se a empresa LIZ, para o comércio e beneficiamento do calcário, e logo depois o médico Geraldo Majela começava a exploração de carbonato de calcio, 100% puro na jazida.

Ao construir o prédio novo e amplo do IERB, o governador dava os primeiros passos para a criação da Faculdade de Medicina, cedendo o velho prédio da Escola Normal, construído em 1910 pelo presidente Rodrigues Dória. A Faculdade de Medicina não saiu, mas a Escola de Serviço Social foi criada, com o apoio do governo e a participação da Igreja, então tendo como bispo Dom Fernando Gomes dos Santos. A parceria do governo com a Igreja resultou em diversas obras sociais e a criação, em 17 de janeiro de 1955, ao apagar das luzes da administração, da Organização das Voluntárias, sociedade civil de amparo às obras sociais.

Político de muitos mandatos, Arnaldo Rollemberg Garcez foi eleito deputado federal em 1958, e reeleito em 1962, pela coligação Aliança Social Democrática, formada principalmente pelo PSD-PR, e em 1966, já pela Aliança Renovadora Nacional (Arena). Foi, também, por dois mandatos (1983/1987 e 1993/1997) prefeito de Itaporanga, realizando obras essenciais, como o desmonte do morro São Benedito, da entrada da cidade, agenciando a paisagem junto a BR e ao rio Vaza-Barrís, e a construção do Mercado e de outros prédios públicos, úteis à população itaporanguense.

Fonte: Luiz Antônio Barreto

Fotos: Acervo pessoal doado ao Palácio-Museu Olímpio Campos

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 19 de janeiro de 2013.

A História do Pré-Caju

Pré-Caju 2013 - Foto: Marco Vieira

História da Maior Prévia Carnavalesca do Brasil - Pré-Caju, em Aracaju/SE.

Considerado a abertura oficial do carnaval brasileiro, o Pré-Caju foi criado em 1992 pelo jovem empresário Fabiano Oliveira. Tudo começou com a festa “Suas Férias Com Amor”, um evento com camisa e trio puxado pela banda Asa de Águia, com saída da orla de Atalaia e chegada na antiga Casa de Espetáculos Augustu’s.
A festa deu tão certo que no ano seguinte mais duas bandas participaram, tendo início então o Pré-Caju com os blocos Com Amor trazendo a banda Asa de Águia, Brilho com a banda Brilho e o bloco Papagaios com a banda Cheiro de Amor. Também nesse ano o Pré-Caju foi incluído oficialmente no calendário turístico e cultural da cidade de Aracaju, através da Lei Municipal nº 1985 de 21/05/1993.


Em 1994, a festa cresceu mais ainda. Entraram os blocos Bora Bora, Fascinação, Dino, Gula, Eva, Tricolor da Vila, entre outros. A festa tinha abertura no domingo com os blocos das crianças e continuava de quarta-feira até domingo com os desfiles dos blocos alternativos e oficiais, totalizando nove trios por noite, além dos trios e bandas que puxavam a pipoca. Nessa época e por cinco anos consecutivos, o Pré-Caju foi eleito pela crítica especializa e pelos foliões em geral como maior e melhor prévia carnavalesca do Brasil, sendo considerado um evento “Hours Concurs” no gênero.

Em 1996, a ASBT (Associação Sergipana de Blocos de Trio) foi reconhecida como entidade gestora e organizadora do Pré-Caju através da Lei Municipal nº 2.465 de 25/11/1996. Depois disso, a mesma foi agraciada com o Certificado de Utilidade Pública Estadual por meio da Lei nº 2.503 de 07/07/1997.

Mais do que consolidada, hoje a festa faz parte do Calendário de Verão do Estado de Sergipe. Realizado em pleno verão, o evento acontece em quatro dias, na Avenida Beira Mar, com o desfile de blocos e trios. A festa reúne aproximadamente 300 mil pessoas por noite e gera um investimento de cerca de dois milhões de reais, mobilizando 70 setores da economia sergipana, gerando em torno de 20 mil empregos, entre diretos e indiretos.

Maior prévia carnavalesca do país, o Pré-Caju reúne ritmos como Axé, Forró e Funk e promete esquentar a galera para o maior carnaval do planeta, que é o carnaval de Salvador. Em sua 19ª edição, a prévia carnavalesca acontecerá de 21 a 24 de janeiro de 2010, com a presença de grandes atrações como Chiclete com Banana, Asa de Águia, Harmonia do Samba, Pagod’art, Armandinho Dodô e Osmar, Ivete Sangalo, Banda Eva, Alexandre Peixe, Cheiro de Amor, Jammil, Trem de Pouso e André Lelis. Saindo um pouco do axé, há ainda nomes como, Saia Rodada, Cavaleiros Elétrico e Aviões do Forró, maior banda de forró da atualidade, e outros artistas sergipanos.

Texto reproduzido do site: precaju.com.br

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 20 de Janeiro de 2013.

sábado, 19 de janeiro de 2013

19 de Janeiro de 1911, Nascia Arnaldo Rolemberg Garcez




Fotos: acervo Maria Augusta Garcez Almeida

19 de janeiro - Arnaldo Rolemberg Garcez  - 102 anos (2013)

Amanhã, 19 de janeiro meu querido avô, pai, amigo, faria 102 anos. Este homem que me ensinou tudo de bom que o ser humano pode ser para se orgulhar de si mesmo, mostrando que o verdadeiro presente que um pai pode dar a um filho é a sua conduta; mantendo sempre sua cabeça erguida e a consciência tranquila de todos os seus atos, sua generosidade com o próximo.
Meu querido, você me deixou órfã, como nunca pensei ficar, porque não percebia o quão dependente eu era de você. Eu e minha avó lembramos todos os dias das suas conversas no Camaçari, seu cafezinho... Descanse em paz.
Sua neta-filha,
Maria Augusta (Gustinha).

Postagem original na página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 19 de Janeiro de 2013.

Aeroporto de Aracaju e Sua História

Foto reproduzida do site: infraton.blogdevoo.com

Sua história tem início no dia 30 de outubro de 1952, a pista com 1200 metros de comprimento e o amplo pátio de piçarra foi inaugurada com o pouso de um bimotor da Força Aérea Brasileira (FAB) conduzindo o engenheiro Raul Malheiros, Chefe do serviço de Engenharia da Segunda zona aérea. O avião da FAB passaria para a história como a primeira aeronave a descer no Aeroporto Santa Maria, porem, a operacionalização só começou em 1958, após a construção da estrada de acesso.

A inauguração oficial aconteceu em 19 de janeiro de 1958, quando um bimotor Supercover 440 da Real, procedente de Recife, trouxe o presidente Juscelino Kubitschek a Aracaju, marcando o início das operações do aeroporto.

Três anos depois, em 1961, começaram as obras para a primeira ampliação da pista de pouso e do terminal de passageiros, que em 6 de julho de 1962, o então governador Luiz Garcia do estado de Sergipe, inaugurava as obras de ampliação do Santa Maria. Aracaju contava agora com um dos mais modernos aeroportos do Nordeste para os padrões da época, dotado de uma nova pista pavimentada com 1.500 metros de extensão, pátio que comportava os aviões das empresas aéreas, um novo prédio que abrigava o terminal de passageiros (Terminal de Passageiros I), os balcões das companhias, salas de embarque e desembarque, restaurante, lanchonete, salas de controle de tráfego aéreo da FAB e do Departamento de Aviação Civil(DAC), sanitários, uma área de estacionamento de veículos (60 vagas), e uma nova via de acesso ao aeroporto.

Em fevereiro de 1975, o Aeroporto Santa Maria foi incorporado à administração da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária – Infraero, depois de passar treze anos vinculados ao DAC, do Ministério da Aeronáutica. Hugo Alencar Barbosa assume a superintendência empreendendo nos próximos quatro anos as primeiras reformas de transformação da estrutura operacional do aeroporto.

Um novo Terminal de Cargas Aéreas (TECA) é construído em 1976 numa área anexa ao aeroporto para atender ao crescente mercado de cargas aéreas. O TECA do Santa Maria é inaugurado com a presença do diretor Comercial da Infraero, coronel Jahul Pires de Castro Sobrinho, do Superintendente local, Hugo Barbosa e de várias autoridades. O moderno prédio do terminal era o vigésimo segundo de uma série de 23 terminais construídos pela Infraero em áreas anexas de todos os aeroportos brasileiros.

Entra em operação a Seção Contra Incêndios do aeroporto em 78, dotada de um efetivo de 40 homens do Corpo de Bombeiros com novas viaturas Pioneiro II, carros limpa pistas, alojamento, salas de administração, além de todo o equipamento necessário no combate ao fogo.

Ainda naquele ano é concluída a obra de ampliação de mais de 200 metros no comprimento da pista de pouso e decolagem, que assim para 1.700 metros de extensão.

A Infraero investe também na ampliação do pátio de manobras das aeronaves, em quatro helipontos e na pavimentação das pistas de acesso aos prédios da administração e do terminal de cargas.

As melhorias continuam com a construção da nova sede da Infraero em setembro de 1979. Com saída das salas da Infraero do saguão para um novo prédio na área externa, o terminal de passageiros do aeroporto passa a contar com banca de revista, lojas, agência bancária, postos telefônicos e de informações turísticas, além de maior espaço para circulação de pessoas.

Em 1984, o Santa Maria passa pela maior reforma ganhando uma nova fachada, cobertura em estrutura metálica. O saguão é ampliado de 600 para 1.800 metros quadrados, é instalada uma nova sala vip, salas de embarque e desembarque (com carrossel de bagagens) e vários outros itens que trouxeram mais conforto e segurança para todos. As novas instalações foram inauguradas pelo então governador João Alves Filho, presidente da Infraero, Rodopiano de Azevedo Barbalho e pelo superintendente José Wellington Moura, com a presença de várias autoridades, gerentes de companhias, empresários e o público em geral.

Em 1992, oito anos depois da grande reforma do terminal de passageiros surgiram novos entendimentos entre a Infraero, o Governo de Sergipe e o Ministério da aeronáutica para ampliação de 500 metros da pista para possibilitar o recebimento de aviões ainda maiores. Com isso a pista passaria de 1.700 para 2.200 metros (seu comprimento atual).

O Governo assumiu o desmonte do morro de Santa Maria, o impedimento maior para a execução da obra. Com este problema resolvido, a Infraero pode investir na duplicação da avenida de acesso ao aeroporto, em um novo estacionamento e na construção de um edifício anexo para o terminal de passageiros dos vôos internacionais. (Terminal de Passageiros II).

Em novembro de 93, as novas reformas foram entregues ao público pelo governador João Alves Filho e o ministro da Aeronáutica Lélio Viana Lobo.

O novo Complexo (atual Terminal de Passageiros - TPS III) substitui o antigo terminal de passageiros construído em 1962. Com a incorporação do Aeroporto à Infraero em 75, o acanhado prédio passou por reformas e foi se adaptando ao crescimento do tráfego aéreo que na década de 90 já atingia a média de 210 mil passageiros/ano.

As novas instalações possuem dois pavimentos com capacidade para atender 1 milhão de passageiros por ano.

Numa área de 10.600 metros quadrados funcionam 16 balcões de check-in automatizados, quatro salas de embarque e desembarque doméstico e internacional, elevador, sala vip, 28 lojas comerciais, espaço cultural, praça de alimentação, terraço panorâmico onde podem ser visualizadas as chegadas e partidas das aeronaves, área destinada à administração, salas da Polícia Federal e Alfândega, além de um amplo estacionamento para (201 vagas). O novo aeroporto dispõe de sistema informativo de vôos, equipamentos de segurança, como raio x para inspeção de bagagens, detectores de metais nas salas de embarque, balanças eletrônicas e esteiras automáticas para o transporte de bagagens.

Os espaços comerciais das 28 lojas estão distribuídos pelos dois pisos. No pavimento superior estão restaurante, lanchonete, pizzaria, delicatessen, jogos eletrônicos, cine-foto, salão de beleza, farmácia, agência de correios e posto telefônico. No térreo encontram-se banca de revistas, perfumaria, coffee-shop, agências de turismo, artesanato, importados, confecções, ótica, presentes e locadoras de veículos. Ainda no térreo estão lojas de passagens, caixas eletrônicos e balcão de informações turísticas.

O novo aeroporto foi inaugurado em setembro de 1998 pelo governador Albano Franco e o presidente da Infraero, brigadeiro Eduardo Bogalho Petengill.

Fonte: Infraero Aeroportos.
Reproduzida do site: infraero.gov.br

Postagem originária da página do Facebook/Minha Terra é SERGIPE, em 19 de Janeiro de 2013